Síntese Diária da COP30 – 18 de Novembro

Dia 9: terça-feira, 18 de novembro
Preparado pela Equipe de Comunicação da COP30
Foco temático: Florestas, Oceanos, Biodiversidade, Povos Indígenas, Crianças e Jovens, PMEs
Resumo:
Das Linhas Costeiras às Comunidades - Apoiando Ecossistemas Vitais
No nono dia da COP, o apoio intersetorial a ecossistemas vitais ganhou vida hoje por meio de uma onda de ações que demonstram como a proteção dos oceanos e da natureza está acelerando a implementação climática no mundo real.
O dia começou com 17 países participando do Desafio Azul NDC, comprometendo-se a incorporar soluções baseadas no oceano diretamente nos planos climáticos nacionais, enquanto a Parceria Um Oceano lançou uma rede global de paisagens marinhas regenerativas destinada a mobilizar pelo menos USD 20 bilhões para uma Economia Azul Regenerativa. Novas ferramentas—incluindo o Painel de Implementação das Soluções Oceânicas (Ocean Breakthroughs Implementation Dashboard) e o kit de ferramentas de Biodiversidade Marinha e Saúde do Oceano (Marine Biodiversity and Ocean Health toolkit)—reforçaram a prestação de contas e a transparência, ajudando a rastrear o progresso na conservação marinha, transporte marítimo, alimentos aquáticos, turismo costeiro e energia limpa.
Avanços essenciais baseados na natureza impulsionaram ações coordenadas em manguezais, turfeiras e marismas, apoiados por novas facilidades de financiamento e metas baseadas na ciência que trazem a ambição climática para a economia real. A Campanha "Empresas Pequenas e Médias à Prova de Clima" (Climate-Proofing SMEs Campaign) e o Coletivo Sul-Sul para o Clima (South-South Collective for Climate) demonstraram como pequenas empresas e startups estão rapidamente escalando soluções, enquanto uma nova coalizão global sobre madeira sustentável uniu governos e a indústria para proteger florestas e descarbonizar a construção.
A agenda de Mobilização Global do dia reforçou que a ação climática deve ser equitativa e centrada nas pessoas. Em uma Sessão de Alto Nível, foram apresentados como parte do lançamento do Relatório do Balanço Ético Global, enfatizando a justiça, a ética e a escuta cultural como fundamentos para a implementação. No Dia da Criança e da Juventude, jovens, líderes, povos indígenas e comunidades tradicionais lideraram discussões sobre política climática inclusiva, acesso à energia renovável, governança territorial e adaptação impulsionada pela comunidade.
Em conjunto, os resultados de hoje mostram que a COP30 está cumprindo seu compromisso de acelerar a implementação, capacitar comunidades da linha de frente e transformar compromissos em progresso tangível para ecossistemas e pessoas—desde as zonas costeiras até as comunidades que dependem delas.
Ações e Resultados Notáveis:
- Agenda de Ação:
“Na prática, no mundo real, precisamos de um conjunto de soluções. É isso que nossa agenda de ação está trazendo para a mesa - acelerando uma série de soluções. No total, em todos os seis pilares, temos mais de 114 planos para acelerar soluções que se baseiam em iniciativas criadas no passado e colocam em prática planos que as unem para entregar resultados.”
- Bruna Cerqueira, Coordenadora-Geral, Agenda de Ação da Presidência da COP30
- Avançando a Conservação do Oceano
▪ Hoje, 17 países aderiram ao Desafio Azul NDC para avançar a integração e implementação de ações baseadas no oceano dentro das NDCs, garantindo que os compromissos se traduzam em políticas concretas, medidas e resultados tangíveis para a natureza e as pessoas, enquanto destacam novos anúncios de NDC Azul na COP.
▪ Pacote Azul: As cinco Soluções Oceânicas (Ocean Breakthroughs) lançaram um Plano coletivo e coordenado para Acelerar Soluções (Plan to Accelerate Solutions)para escalar a implementação em cinco áreas estratégicas: conservação marinha, alimentos aquáticos, energia renovável oceânica, transporte marítimo e turismo costeiro. Estas soluções estão na encruzilhada de todos os principais desafios que a humanidade enfrenta hoje - da perda de biodiversidade à segurança alimentar ou energética. Neste sentido, o plano contribui para alcançar a implementação sinérgica nas Convenções do Rio e oferece um caminho para atores não-estatais apoiarem a implementação das NDCs Azuis.
▪ Os governos também revelaram uma série de ações baseadas no oceano para acelerar a implementação, incluindo:
● A Parceria Oceano lançada hoje estabelece uma rede global de Paisagens Marinhas Regenerativas que acelerará a ação oceânica regenerativa ao catalisar pelo menosUSD 20 bilhões em investimento na Economia Azul Regenerativa até 2030, além de gerar 20 milhões de empregos.
● No nexo oceano-clima, novos avanços estão acelerando a implementação ao emparelhar metas baseadas na ciência com as ferramentas e o financiamento necessários para escalar a ação. Um Rastreador de Implementação global agora fornece progresso transparente, ao nível de país e setor, nas cinco Soluções Oceânicas, enquanto o Avanço do Sapal (Saltmarsh Breakthrough)—sapoiado por uma força-tarefa de política dedicada—mobiliza grandes esforços de financiamento e restauração para proteger 500.000 hectares até 2030. O Avanço do Manguezal (Mangrove Breakthrough)está desbloqueando investimentos através da sua nova Facilidade Catalítica de Manguezal de USD 80 milhões em direção a uma meta de USD 4 bilhões, e a nova estrutura baseada na ciência do Avanço da Turfeira (Peatland Breakthrough) dá aos governos e investidores um roteiro compartilhado para impulsionar a proteção e restauração de alta integridade em escala.
“Embora as ações climáticas baseadas no oceano sejam cada vez mais reconhecidas nas NDCs, elas permanecem subfinanciadas e negligenciadas. A Força-Tarefa NDC Azul será fundamental para impulsionar a ambição e desbloquear todo o potencial climático do oceano.”
- Tom Pickerell, Diretor Global do Programa Oceano, World Resources Institute
- Pequenas Empresas São o Coração da Economia Verde
▪ A Campanha "Empresas Pequenas e Médias à Prova de Clima" (Climate-Proofing SMEs Campaign), abrangendo agora 49 iniciativas, apoiou quase 90 milhões de PMEs através de programas de mentoria, avaliações de pegada de carbono e em práticas ESG relevantes para seus negócios, mostrando que as PMEs estão agindo.
▪ Como parte da campanha, mais de 250 empresas globais – Incluindo IKEA, Schneider Electric, Tech Mahindra, First Abu Dhabi Bank e Natura – estão ajudando fornecedores menores a reduzir emissões e construir resiliência mediante programas de cadeia de suprimentos que incluem capacitação, assistência técnica e incentivos financeiros. Com as emissões do Escopo 3 frequentemente atingindo 70% das pegadas corporativas, é aqui que a ambição climática se torna operacional.
▪ Houve também durante o dia, o lançamento do Coletivo Sul-Sul para o Clima (S2C2), apoiado por líderes em tecnologia climática no Brasil e na Índia, que visa apoiar mais de 5.000 startups climáticas até 2030, gerando soluções que poderiam cortar ou evitar 1 gigatonelada de emissões na África, América Latina, Sul da Ásia e além. Como meta intermediária, a iniciativa se comprometeu a apoiar mais de 600 startups por meio de aceleradoras de acesso ao mercado e a mobilizar mais de USD 220 milhões em financiamento para startups latino-americanas, indianas/sul-asiáticas e africanas até 2027. Esta ambição baseia-se nos resultados já alcançados: os membros do S2C2 apoiaram coletivamente perto de 2.000 startups de tecnologia climática desde 2016.
- Promovendo Sinergias entre as Agendas de Ação das Três Convenções:
▪ Pela primeira vez, as cinco Presidências atuais e futuras das três Convenções do Rio (Brasil, Arábia Saudita, Colômbia, Armênia e Mongólia) divulgaram uma declaração conjunta comprometendo-se a colaborar na mobilização de atores não-estatais para promover ações sinérgicas que entreguem resultados para o clima, a biodiversidade, a terra e as pessoas. Este momento simbólico celebra o legado do Brasil como berço, há mais de 30 anos, das três Convenções do Rio sobre mudança do clima, biodiversidade e degradação da terra.
▪ As presidências compartilharam a visão de uma maior coerência e alinhamento entre as ações mobilizadas através da Agenda de Ação Climática Global, da Agenda de Ação de Riyadh e das iniciativas lançadas na CBD COP16 em Cali, Colômbia.
- 15 Governos, +300 Parceiros da Indústria Unem-se na Proteção Florestal
▪ Quinze governos nacionais, dois governos locais e mais de 300 parceiros da indústria estão unindo forças sob os Princípios para a Construção com Madeira Responsável (Principles for Responsible Timber Construction) para lançar o Plano de Aceleração Construindo para as Florestas (Building for Forests Acceleration Plan), marcando a maior colaboração até hoje entre governo e indústria para escalar o uso responsável da madeira.
▪ O Plano Construindo para as Florestas, desenvolvido por Madeira Sustentável para um Mundo Sustentável (Sustainable Wood for a Sustainable World - Sw4SW), a Parceria de Líderes em Florestas e Clima (Forests and Climate Leaders Partnership - FCLP), e Built by Nature, promove a construção positiva para a floresta e de baixo carbono. A coalizão visa engajar 30 países em habitação com madeira sustentável até 2028, entregar produtos financeiros inovadores para pequenos proprietários e PMEs, e alinhar a construção com madeira às estratégias nacionais de clima e florestas. Governos nacionais endossados: Canadá, Costa Rica, França, Alemanha, Japão, Quênia, Paquistão, República da Coreia, Suécia, Suíça, Reino Unido, Luxemburgo, Espanha, Brasil, Nova Zelândia.
- Lançamento da Aliança de Implementação do Plano de Adaptação Nacional (PAN)
▪ A Aliança de Implementação do PAN (NAP Implementation Alliance) é um processo multi-stakeholder, estabelecido como um Plano para Acelerar Soluções dentro da Agenda de Ação da COP30, que reúne governos, instituições multilaterais, bancos de desenvolvimento, investidores privados, filantropias, bem como think tanks e instituições de pesquisa que fornecem assistência técnica para a formulação e implementação de PANs. O objetivo da Aliança é promover a colaboração entre o ecossistema de organizações que apoiam a implementação de PANs e contribuir para canalizar recursos públicos e privados para o avanço de projetos prioritários de adaptação nacionalmente determinados no terreno.
▪ As Partes presentes variaram da Itália e Alemanha a Vanuatu e Quênia. Instituições de assistência técnica e think tanks também estiveram presentes — entre eles o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, a Rede Global PAN, a Parceria NDC, o Conselho Atlântico e o Conselho de Defesa de Recursos Naturais. A comunidade de financiamento foi representada pelo Fundo Verde para o Clima, o Fundo de Adaptação, a Fundação ClimateWorks, o Banco Asiático de Desenvolvimento e o Banco Interamericano de Desenvolvimento.
“Não estamos criando uma nova instituição, não estamos criando um novo processo. Estamos, na verdade, co-criando o que é nosso caminho a seguir, olhando para os próximos 12 meses, se quisermos tomar a implementação dos PANs como uma forte prioridade para todos nós. Como vamos trabalhar juntos?”
“Quero ver os planos de adaptação se tornarem não apenas documentos submetidos ao portal da UNFCCC, mas sim documentos, políticas, peças técnicas que serão usadas por instituições financeiras privadas e públicas para impulsionar a ação no terreno.”
- Alice Amorim, Diretora de Programas, COP30
- Mobilização Global
- Balanço Ético Global destaca fundamentos éticos para a ação climática
▪ Uma sessão de alto nível na COP30 reuniu ministros, líderes da ONU e representantes da sociedade civil de todas as regiões para apresentar os resultados do Balanço Ético Global (GES). O evento marcou o lançamento do Relatório Global do GES, que consolida percepções dos Diálogos Regionais e Auto-Organizados realizados ao longo de 2025 e descreve recomendações baseadas na ética, cultura e justiça para acelerar a implementação do Acordo de Paris. Participantes, incluindo a Ministra Marina Silva, Mary Robinson, Michelle Bachelet, Wanjira Mathai, Karenna Gore e Simon Stiell, refletiram sobre como a integração da ética e da escuta cultural pode fortalecer a prestação de contas e guiar futuras tomadas de decisão climática. A discussão também explorou caminhos para tornar o GES uma plataforma permanente dentro do processo da UNFCCC.
- Jovens Líderes Impulsionam Inclusão e Justiça Climática em Dia Dedicado à Criança e à Juventude
▪ Na Zona Azul, o Fórum Climático Liderado por Jovens (Youth Led Climate Forum) reuniu líderes climáticos, jovens emergentes e delegados juvenis para impulsionar conversas sobre política climática inclusiva e advocacia liderada por jovens.
▪ Na Zona Verde, a Jovem Campeã do Clima Marcele Oliveira convocou uma discussão com jovens líderes de todo o Brasil para examinar como a raça, o gênero, a deficiência e o território moldam as experiências dos jovens na crise climática. Os participantes compartilharam perspectivas de comunidades marginalizadas e da linha de frente, sublinhando como os impactos climáticos aprofundam as desigualdades existentes e por que a juventude e as crianças brasileiras devem ter um papel mais forte na definição da política climática nacional e global. Um relatório de recomendações baseado na discussão será preparado para fortalecer a inclusão juvenil em futuras tomadas de decisão climática.
- Liderança Indígena e de Comunidades Tradicionais Avança a Ação Climática na COP30
▪ Uma sessão organizada pela Parceria de Energia Certa com os Povos Indígenas (Right Energy Partnership with Indigenous Peoples) destacou como as comunidades Indígenas na Ásia, África e América Latina estão avançando soluções de energia renovável enraizadas no conhecimento ancestral e na autodeterminação. Os oradores compartilharam exemplos de projetos liderados por Indígenas que fortalecem o acesso à energia, a resiliência climática, a governança local e a colaboração com parceiros como o FIDA e o PNUD.
▪ O Círculo dos Povos destaca a liderança Indígena e de comunidades tradicionais: Na Zona Verde, o Círculo dos Povos (People’s Circle) sediou diálogos liderados por povos Indígenas, organizações quilombolas, mulheres costeiras e grupos juvenis, cobrindo temas como gênero e justiça climática, proteção florestal, governança territorial e adaptação impulsionada pela comunidade. As sessões também destacaram a liderança feminina em emergências climáticas, os impactos da mineração em territórios afetados e o papel do conhecimento ancestral na formação de caminhos para a bioeconomia. Juntas, as discussões enfatizaram o papel central das comunidades tradicionais na salvaguarda da Amazônia e na condução de soluções climáticas justas e enraizadas localmente.
O Que Esperar no Dia 10:
Foco Temático: Agricultura, Sistemas Alimentares e Segurança, Pesca e Agricultura Familiar, Mulheres, Gênero, Turismo
- 09:30 – 12:00: Mulheres: Vozes Que Guiam o Futuro
- 10:30 – 12:00: Evento de Alto Nível: RAIZ – Investimento em Agricultura Resiliente para Degradação Zero da Terra
- 12:30 – 13:30: Integrando Mulheres na Luta Contra a Crise Climática
Para Mais Informações:
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Cronograma Diário de Eventos UNFCCC/COP30:
● COP 30 - Cronograma Geral
● Documentos da Cúpula do Clima de Belém
● COP 30 - Cronograma Principal da Conferência
● Ação Climática Global na COP 30 | UNFCCC
● Site dos Campeões de Alto Nível para o Clima
● Boletim informativo da COP
● Agenda de Soluções da COP – Celeiro de Soluções
● Interior da Copa por Indignação + Otimismo
