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Qualidade dos serviços de acessibilidade é destaque na COP30

Serviços especializados, oferta de cadeiras de rodas, intérpretes de língua de sinais, apoio de voluntários e estrutura adaptada garantem participação plena de pessoas com diferentes necessidades durante a conferência

Ao longo do evento, foram registrados 210 empréstimos de cadeiras de rodas. Foto: Raimundo Paccó/COP30
Ao longo do evento, foram registrados 210 empréstimos de cadeiras de rodas. Foto: Raimundo Paccó/COP30

Por Fabiana Otero

Com o compromisso de garantir participação ampla e inclusiva nos espaços oficiais de debate sobre sustentabilidade e soluções para crises climáticas, a organização da COP30 disponibiliza uma série de serviços de acessibilidade para assegurar que todos possam acompanhar e participar das atividades do evento. Esse cuidado se estende também aos pontos de chegada e deslocamento, com assistência dedicada no aeroporto e nos ônibus destinados aos credenciados.

Diariamente, a equipe de acessibilidade e os voluntários atuam nos balcões de atendimento instalados na Zona Verde e na Zona Azul, oferecendo suporte direto aos participantes. Entre as demandas mais frequentes está o empréstimo de cadeiras de rodas, serviço essencial para garantir autonomia e circulação nos espaços da conferência.

Ao longo do evento, foram registrados 210 empréstimos de cadeiras de rodas, além da distribuição de 42 Cordões de Girassol, utilizados para identificar deficiências não aparentes e ampliar a compreensão e o suporte adequado. Para pessoas com sensibilidade sensorial, 19 abafadores de ruído foram disponibilizados, proporcionando maior conforto acústico nos locais mais movimentados. A operação também emitiu 24 credenciais prioritárias, que permitem desembarque em pontos mais próximos às entradas, e realizou 41 atendimentos personalizados, demonstrando a diversidade de necessidades acolhidas pela equipe de acessibilidade. 

Raíssa Campos, diretora de Políticas Públicas e Engajamento Político, foi uma das participantes atendidas. Com mobilidade reduzida após um acidente, ela utilizou o serviço de empréstimo de cadeira de rodas e destacou que o apoio foi fundamental para seu deslocamento nos espaços oficiais da COP30. “Ter esse tipo de serviço aqui facilita muito, pois torna o espaço do evento mais inclusivo. Sem contar que todos os voluntários estavam muito preocupados com a minha necessidade ao longo do dia e fui atendida com rapidez. Sem dúvida, o Brasil está desenvolvendo um bom trabalho voltado para a acessibilidade”, defendeu.

Raíssa Campos foi uma das participantes que utilizou o serviço de empréstimo de cadeira de rodas. Foto: Carlos Tavares/COP30
Raíssa Campos foi uma das participantes que utilizou o serviço de empréstimo de cadeira de rodas. Foto: Carlos Tavares/COP30
Professor britânico Mike Jacobs se recupera de uma cirurgia recente no pé e usufruiu do serviço de acessibilidade da COP30. Foto: Carlos Tavares/COP30
Professor britânico Mike Jacobs se recupera de uma cirurgia recente no pé e usufruiu do serviço de acessibilidade da COP30. Foto: Carlos Tavares/COP30

O professor britânico Mike Jacobs também ressaltou a qualidade do atendimento. Recuperando-se de uma cirurgia recente no pé, ele precisou utilizar o serviço de acessibilidade e avaliou positivamente tanto o suporte dos voluntários quanto a infraestrutura do evento. “Os voluntários foram muito amigáveis e prestativos. Também observei que os corredores são bem largos, portanto não há trechos difíceis de percorrer com uma cadeira de rodas. Foi um detalhe muito bem planejado para o evento. Estou realmente satisfeito”, concluiu.

De acordo com Vanessa Cury, coordenadora de Acessibilidade da Secretaria Extraordinária para a COP30 (Secop), todos os serviços seguem as normas técnicas e a legislação brasileira voltadas à inclusão. A implementação também observa os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), especialmente o ODS 10, que trata da redução das desigualdades, reforçando o compromisso da Conferência com a participação plena e equitativa de todas as pessoas.

“Sem dúvida, um dos grandes destaques é o trabalho dos nossos voluntários, que se dedicam ao acolhimento e à condução das pessoas que utilizam cadeira de rodas. Nos últimos dias, recebemos diversas avaliações positivas sobre as ações de acessibilidade implementadas no evento”, ressaltou Vanessa Cury.

Outro serviço muito procurado foi Sala de Descompressão, que registrou 158 atendimentos. O espaço é silencioso para garantir auto regulação destinada às pessoas que precisam de um ambiente tranquilo durante o evento.

A COP30 também ofereceu outros recursos de acessibilidade, como banheiros adaptados e sala de amamentação. Ao longo da Conferência, foram contabilizadas 29 horas e 30 minutos de interpretação em Libras, realizadas nas Plenárias Amazonas e Tocantins. O serviço assegurou acessibilidade comunicacional plena aos participantes com deficiência auditiva, ampliando a inclusão nos debates oficiais.