Projeto mobiliza moradores de mais de 400 municípios do MS e PR para solucionar questões socioambientais
Núcleos divididos por territórios do entorno da usina de Itaipu Binacional identificam os problemas e potenciais soluções com apoio da empresa, em interlocução com políticas do governo brasileiro. Resultados da iniciativa serão apresentados na COP30

Por Itaipu Binacional
No entorno da hidrelétrica Itaipu Binacional, no sul do Mato Grosso do Sul e no Paraná, Núcleos de Cooperação Socioambiental (NCS) formados por representantes governamentais e da sociedade civil trabalham em conjunto para identificar os problemas sociais e ambientais enfrentados pelas populações de mais de 400 municípios, e buscar soluções. Trata-se do projeto Governança Participativa, capitaneado pela Itaipu Binacional e Itaipu Parquetec. Os resultados dessa experiência serão apresentados pela empresa durante a COP30, em Belém (PA).
A iniciativa foi criada para fortalecer e integrar as políticas do governo do Brasil na região de atuação da usina. A ação abrange os 399 municípios do Paraná e 35 do sul do Mato Grosso do Sul.
A experiência do projeto de Governança Participativa e os Núcleos de Cooperação Socioambiental será apresentada na Zona Verde da COP30 no painel “Não deixar ninguém para trás: Financiamento e Justiça para a Agenda 2030 nos Territórios”, no dia 13 de novembro.
Criados em 2024, no âmbito do programa Itaipu Mais que Energia, 21 NSC estão organizados. Inicialmente, instituições governamentais e da sociedade civil presentes nos territórios receberam convites da Itaipu para participar. Em seguida, cada organização apresentou uma carta de adesão e indicou dois representantes. Os grupos permanecem abertos para novas adesões a partir da identificação da cada núcleo.
O diretor-geral brasileiro da Itaipu Binacional, Enio Verri, ressaltou que o programa promove intensa mobilização social. “Com os núcleos, busca-se muito mais do que a execução de projetos pontuais. As soluções surgem a partir das realidades locais, retornando aos territórios em forma de políticas públicas. Mais do que uma rede de articulação, cada núcleo é um espaço vivo de construção coletiva de escuta, de aprendizagem, de coordenação, de cooperação, de estudo, de elaboração técnica, de comunicação, de incidência política e de desenvolvimento das organizações”, ressaltou Verri.
Os núcleos debatem principalmente questões ambientais, econômicas e sociais. Alguns exemplos de pautas abordadas são: agroecologia; diversificação da matriz econômica; gestão de resíduos sólidos; educação ambiental; e restauração florestal.

Como funcionam os núcleos
Até o momento, o trabalho envolveu mapeamento dos principais desafios enfrentados pelas comunidades em seus territórios, com reuniões em grupos por município; indicação de três problemas prioritários em cada eixo (ambiental, social e econômico); e aprofundamento do entendimento das problemáticas mais relevantes, identificando suas causas, consequências e responsáveis.
A gestora do Programa Governança Participativa pela Itaipu Binacional, Rosani Borba, explica quais serão os próximos passos. “Em 2026, o desafio será chegar à fase 5 do projeto, quando estruturaremos a sustentabilidade para que os núcleos tenham vida longa e impacto duradouro”, enfatizou.
A hidrelétrica reservou recursos financeiros para a execução de projetos coletivos indicados pelos núcleos, mediante convênios que estão em construção.
Ação educativa
Além de proporcionar a estrutura para a constituição e continuidade do trabalho dos 21 núcleos, com a realização dos encontros, a Itaipu, por meio de um convênio com o Itaipu Parquetec, promove oficinas e cursos de formação técnica para os integrantes dos grupos e a comunidade dos municípios.
Itaipu também iniciou, em setembro de 2025, a campanha educativa “ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) na Prática: Agenda 2030 para transformação no território”, que percorrerá 21 cidades do Paraná e do sul do Mato Grosso do Sul com seminários, levando o assunto para as realidades locais.
Entre abril e junho deste ano, a Binacional conduziu ainda uma campanha educativa para os NCS com o biólogo e divulgador científico Átila Iamarino, que reuniu cerca de 6 mil pessoas. O tema foi “Mudanças Climáticas e COP30”.
