ADAPTAÇÃO

Presidência da COP30 e parceiros lançam aliança para ampliar a implementação da adaptação

Evento reuniu representantes de governos, bancos multilaterais, fundos de investimento e do terceiro setor e setor privado. Foto: Carlos Tavares/COP30
Evento reuniu representantes de governos, bancos multilaterais, fundos de investimento e do terceiro setor e setor privado. Foto: Carlos Tavares/COP30

A Presidência da COP30, em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), os governos da Itália e da Alemanha, a NAP Global Network e a NDC Partnership, anunciou o lançamento da Aliança para a Implementação de NAPs, uma iniciativa multissetorial criada para acelerar a implementação efetiva e de impacto dos Planos Nacionais de Adaptação (NAPs).

Em todo o mundo, países avançam na elaboração de seus planos nacionais de adaptação, mas a lacuna entre o planejamento e a implementação continua sendo um dos maiores desafios da ação climática. O apoio ainda é fragmentado e o financiamento não flui na escala e velocidade necessárias, deixando comunidades vulneráveis expostas a impactos climáticos cada vez mais intensos.

Criada como um Plano de Aceleração de Soluções (PAS) dentro da Agenda de Ação da COP30, a Aliança tem como objetivo intensificar a colaboração entre organizações que apoiam a implementação de NAPs e mobilizar investimentos públicos e privados para acelerar as prioridades nacionais de adaptação. A iniciativa busca ampliar a conscientização global, estimular a troca de conhecimento sobre inovações em adaptação, escalar soluções promissoras, fortalecer plataformas nacionais e mecanismos coordenados de entrega liderados pelos países, além de promover maior transparência e continuidade da implementação.

A Aliança reúne governos, instituições multilaterais, bancos de desenvolvimento, investidores privados, filantropias, think tanks e centros de pesquisa comprometidos em transformar planos de adaptação em estratégias de investimento e portfólios de projetos financeiramente viáveis.

No lançamento, países como Itália, Alemanha, Vanuatu e Quênia destacaram a importância da iniciativa e a necessidade de maior coordenação entre as organizações que atuam junto a países em desenvolvimento na implementação dos NAPs.

Entre os parceiros técnicos presentes estão o PNUD, NAP Global Network, NDC Partnership, Atlantic Council e Natural Resources Defense Council. A comunidade financiadora foi representada pelo Fundo Verde para o Clima, Fundo de Adaptação, ClimateWorks Foundation, Itaúsa, Banco Asiático de Desenvolvimento e Banco Interamericano de Desenvolvimento.

“O PNUD saúda o lançamento da Aliança para a Implementação de NAPs e reconhece o papel crucial da Presidência brasileira da COP nesta iniciativa”, afirmou Marcos Neto, secretário-geral assistente das Nações Unidas e diretor do Bureau de Políticas e Apoio a Programas do PNUD. “Escalar o financiamento para adaptação é um imperativo de desenvolvimento. O PNUD está pronto para apoiar esse esforço com nossos parceiros, especialmente no fortalecimento do ambiente favorável para atrair investimentos, com base em décadas de atuação nos países e aproveitando o novo Hub de Aceleração da Adaptação do G7 com o governo da Itália. Este será um marco do Climate Promise: Forward, reunindo o Sistema ONU, a pedido do Secretário-Geral, para acelerar a implementação de NDCs e NAPs.”

As considerações finais foram feitas por Youssef Nassef, diretor de Adaptação da UNFCCC, e por Dan Ioschpe, Campeão de Alto Nível do Clima da COP30, que destacaram a oportunidade criada pela Aliança para trazer novos atores — especialmente do setor privado — ampliando a dinâmica, coerência e efetividade do ecossistema de implementação.

Alice Amorim, diretora de Programas da COP30, encerrou a sessão afirmando: “Não estamos criando uma nova instituição. Estamos cocriando um processo para aproximar diferentes entidades e fortalecer a ação coletiva para implementar os NAPs. Queremos que os Planos de Adaptação sejam mais do que documentos submetidos à UNFCCC — queremos que funcionem como instrumentos que orientem decisões de investimento de instituições financeiras públicas e privadas em nível local.”

A Aliança seguirá mobilizando parceiros rumo à COP31 e continuará contando com o apoio da Presidência brasileira como parte da troika da COP, promovendo uma abordagem sistêmica e de longo prazo que permita aos países implementar a adaptação em escala.