SOCIEDADE CIVIL

Presidência da COP30 dialoga com a sociedade civil sobre transição justa

O embaixador André Corrêa do Lago esteve com os nove grupos da UNFCCC ligados à sociedade civil. A conversa abordou a necessidade de acelerar a transição justa

Presidente da COP30, André Corrêa do Lago, participa de conversa com os constituencies sobre transição justa nesta terça-feira, 11/11. Foto: Alex Ferro/COP30
Presidente da COP30, André Corrêa do Lago, participa de conversa com os constituencies sobre transição justa nesta terça-feira, 11/11. Foto: Alex Ferro/COP30

Por Mayara Souto/COP30

A presidência da COP30 promoveu, nesta terça-feira, 11/11, um diálogo aberto com representantes da sociedade civil vinculados à Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC) para discutir caminhos para acelerar a implementação de uma transição energética justa.

“Este espaço reflete um dos princípios mais importantes do processo da UNFCCC, que a ação climática não é apenas negociada pelos governos, mas construída por meio da cooperação entre os povos. O Diálogo Aberto incorpora esse espírito, reunindo as partes, a sociedade civil e todas as constituencies para ouvir, trocar ideias e cocriar soluções”, destacou o presidente da COP30, André Corrêa do Lago. 

O embaixador também reforçou que a resposta climática deve “começar e terminar nas pessoas”. E, por isso, a transição energética deve abordar “toda a economia e sociedade”, transformando a maneira como trabalhamos, produzimos e vivemos. 

“Se quisermos acelerar a implementação do Acordo de Paris, devemos garantir que cada passo dessa transição proteja os meios de subsistência, crie trabalho decente e reduza as desigualdades”, disse ainda.

O secretário-executivo da UNFCCC, Simon Stiell, também participou da sessão. Em seu discurso, ele afirmou que a transição justa precisa de aceleração na implementação, especialmente nos níveis nacional e local. “A ação climática está funcionando, mas nós precisamos de maior velocidade e escala”, resumiu.

Diálogo Aberto

As negociações climáticas são compostas por negociadores das partes signatárias, observadores e representantes da sociedade civil. Os chamados “constituencies” são nove grupos temáticos compostos por organizações não governamentais (ONGs), que integram o processo de cada Conferência das Partes (COP). Eles são ouvidos pelas partes e contribuem com a agenda de mandatos, por meio de diálogos abertos.

No diálogo ocorrido neste 2º dia da conferência, os constituencies debateram qual o papel da cooperação internacional para acelerar e dar suporte à transição justa nos níveis nacional e local e também como traduzir a discussão em ações concretas. 

Bert De Wel, coordenador global de política climática da Confederação Sindical Internacional (ITUC, na sigla em inglês) e representante da TUNGO (Organizações Sindicais), fez um resumo da conversa dos constituencies com a presidência.

“Ouvimos a YUNGO (Organizações de Juventude) fazendo sugestões muito concretas sobre como lidar com a dimensão financeira. Tivemos meu colega da IPO (Organizações de Povos Indígenas) sobre aspectos legais de lidar com o consentimento livre, prévio e informado. A RINGO (Organizações Não Governamentais Independentes e de Pesquisa) e os agricultores também estão engajados. E o constituency de Mulheres e Gênero que focou em minerais críticos”, concluiu De Wel.