Mata Atlântica: uma das experiências mais longevas de recuperação ambiental do Brasil será apresentada na COP30
Mais de 100 mil hectares do bioma no Brasil e no Paraguai são preservados com iniciativas da Itaipu Binacional. Desse total 73 mil hectares do bioma no oeste paranaense foram restaurados

Um dos trabalhos de recuperação e preservação de biomas mais longevos do Brasil, na Mata Atlântica localizada na região de fronteira entre o Brasil e o Paraguai, será apresentado durante a COP30, em Belém. São mais de 100 mil hectares desse bioma preservado em ambos os países. Esse patrimônio natural é reconhecido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) como área núcleo da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica – uma zona estabelecida para garantir a conservação de recursos biológicos, geomorfológicos e históricos.
A proteção dessas matas é resultado de esforços da Itaipu Binacional ao longo de aproximadamente quatro décadas. A iniciativa será apresentada em eventos paralelos promovidos pela empresa nas Zonas Azul e Verde e também no estande da Binacional na Zona Verde, na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas.
Somente no Brasil, são 40 mil hectares preservados, a maior parte deles recuperados, como lembra a gerente da Divisão de Áreas Protegidas da Itaipu, Veridiana da Costa Pereira. “Quando da implantação da Itaipu, uma porção considerável do território na margem brasileira já estava ocupada pela agropecuária. Por isso, foi necessário um trabalho gradual de restauração da cobertura florestal para se atingir o resultado esperado: a formação de um cinturão verde para proteção do reservatório”, relatou a engenheira florestal.
Desde 1979, Itaipu plantou na faixa de proteção do reservatório e demais áreas protegidas mais de 24 milhões de árvores, em um dos processos mais longevos de restauração do país. Mas essa atuação não se limitou às áreas protegidas da empresa e se estendeu à bacia hidrográfica.
Em 2024, um estudo premiado pela rede MapBiomas e conduzido pela Universidade Federal do ABC, em parceria com a Itaipu e o Itaipu Parquetec, constatou que os esforços da binacional restauraram 73 mil hectares na bacia do rio Paraná Parte 3, no oeste do Paraná, ampliando a conectividade da paisagem.
Para apoiar esse trabalho, a empresa criou viveiros para a produção de mudas de espécies nativas da Mata Atlântica. Um deles ainda está em funcionamento no Refúgio Biológico Bela Vista, em Foz do Iguaçu (PR), e viabiliza aproximadamente 350 mil mudas por ano, que são utilizadas em atividades de manutenção das áreas protegidas da Itaipu e em doações para o plantio em municípios do Paraná e do Mato Grosso do Sul.
Segundo Veridiana da Costa Pereira, as áreas protegidas da Itaipu constituem uma infraestrutura verde que protege o reservatório do assoreamento, reduzindo o aporte de sedimentos, e contribui para uma maior vida útil do reservatório, atualmente estimada em 194 anos.
“Mais do que a conservação da Mata Atlântica, as áreas protegidas da Itaipu geram serviços ecossistêmicos que beneficiam as comunidades rurais e urbanas do Paraná e do Mato Grosso do Sul, além de conectar importantes unidades de conservação como o Parque Nacional do Iguaçu e o Parque Nacional de Ilha Grande, Reservas do Patrimônio Particular Natural (RPPNs) e fragmentos espalhados pelas propriedades agrícolas e matas ciliares dos rios”, ressaltou a gerente.

Ciência
As áreas também abrigam diversos estudos realizados em parceria com instituições de pesquisa e universidades brasileiras sobre temas como restauração florestal; conservação e reprodução da fauna; interações ecológicas; e balanço de carbono.
O diretor-geral brasileiro da Itaipu, Enio Verri, explica que a experiência ambiental da binacional contém importantes lições aprendidas no contexto do enfrentamento das mudanças climáticas.
“Essa infraestrutura verde que a Itaipu construiu comprova o nexo entre preservação das florestas e a conservação dos recursos hídricos. Toda a pesquisa e monitoramento que a empresa faz demonstra que a biodiversidade contribui para a conservação da água e, portanto, para ter mais resiliência à mudança do clima”, afirma Verri.
Sobre Itaipu Binacional
Com 20 unidades geradoras e capacidade instalada de 14 mil megawatts, a Itaipu Binacional é uma das maiores produtoras mundiais de energia elétrica renovável. Desde 1984, quando iniciou suas operações, já gerou mais de 3 bilhões de megawatts-hora. Sua missão é fornecer energia de qualidade com responsabilidade social e ambiental, contribuindo para o desenvolvimento do Brasil e do Paraguai. Além de sua função como usina hidrelétrica, Itaipu atua em projetos voltados à sustentabilidade, inovação e ao bem-estar das comunidades em sua área de influência.