FINANÇAS

Fundo Amazônia quadruplica aprovações, amplia capilaridade e se consolida como instrumento de financiamento climático

Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social do Brasil aponta que reconstruiu capacidade operacional do mecanismo após quatro anos de paralisação, atingindo atividade recorde

Resultados foram apresentados na COP30. Foto: Rogério Cassimiro/MMA
Resultados foram apresentados na COP30. Foto: Rogério Cassimiro/MMA

Por BNDES

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o Ministério de Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) apresentaram, na COP30, em Belém (PA), o balanço mais robusto de toda a trajetória do Fundo Amazônia, confirmando a ampliação de escala, capilaridade e impacto do principal mecanismo de financiamento climático baseado em resultados do mundo. Em 17 anos, o fundo financiou mais de 140 projetos, alcançou 75% dos municípios da Amazônia Legal, apoiou mais de 260 mil pessoas e se tornou referência internacional em governança, transparência e resultados concretos em restauração florestal, proteção territorial, sociobioeconomia, regularização fundiária, segurança pública ambiental, educação e fortalecimento institucional de povos e comunidades tradicionais.

Apresentado pela diretora Socioambiental do BNDES, Tereza Campello, o balanço demonstra que, após quatro anos de paralisação (2019–2022), o Fundo Amazônia reconstruiu sua capacidade operacional e atingiu o ciclo mais ativo de aprovação de projetos, com uma média anual que quadruplicou.

“Depois de quatro anos sem aprovar um único projeto, reconstruímos toda a carteira, reorganizamos a estratégia e mostramos que é possível atuar com escala, urgência e impacto. Este balanço demonstra a força de um instrumento que combina política pública, ciência, participação social e cooperação internacional”, afirmou Campello.

O secretário-executivo do MMA, João Paulo Capobianco, destacou que os resultados revelam a consolidação de uma estratégia de Estado. Ele recordou que a concepção do Fundo Amazônia nasceu do enfrentamento ao desmatamento liderado pelo governo brasileiro a partir de 2006, com o Plano de Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia (PPCDAm), que articulou 13 ministérios. “Reduzimos as emissões em 5 bilhões de toneladas de CO₂ equivalente entre 2004 e 2012 ao combater frontalmente o desmatamento. Demonstramos ao mundo que havia método, havia ciência e havia política pública”.

O secretário também enfatizou o caráter ético e intergeracional da iniciativa. “Cada investimento do Fundo Amazônia carrega uma mensagem poderosa: a floresta tem valor em pé. Mover-se rumo a um desenvolvimento sustentável não é utopia, é uma decisão política”.

A retomada coincidiu com uma ampliação inédita da base de doadores. O número de contribuintes passou de três para dez, com a entrada da União Europeia, Suíça, Estados Unidos, Reino Unido, Dinamarca, Irlanda e Japão. Eles se somam aos doadores históricos — Noruega e Alemanha — que reforçaram seus compromissos, além da doação da Petrobras. O ministro Andreas Bjelland Eriksen, chefe da pasta de Meio Ambiente da Noruega, maior doadora desde 2008, destacou, durante evento na COP30, o papel estratégico da parceria e a confiança na nova etapa do fundo.

Representando a Alemanha, Wolfgang Bindseil, ministro da Embaixada da Alemanha no Brasil, reiterou o compromisso do país europeu. “A Alemanha apoia o Fundo Amazônia desde o início e manteve esse apoio mesmo nos momentos mais difíceis. A recuperação rápida e consistente do fundo evidencia sua importância e credibilidade internacional. Ver o crescimento do número de projetos, a expansão territorial e o fortalecimento institucional de órgãos como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) mostram que este é um modelo internacional de referência para financiamento climático baseado em resultados”, ressaltou.

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