NDC

Desafio é combinar combate à mudança do clima com desenvolvimento e criação de empregos, diz CEO da COP30

Ana Toni pediu urgência e ambição aos países em suas contribuições para o Acordo de Paris

Em Berlim, Ana Toni destaca urgência por NDCs ambiciosas para combater a crise do clima | Foto: Presidência da COP30
Em Berlim, Ana Toni destaca urgência por NDCs ambiciosas para combater a crise do clima | Foto: Presidência da COP30

Por Presidência da COP30

A CEO da COP30, Ana Toni, participou nesta sexta-feira, 13/6, em Berlim, na Alemanha, do último dia da Global NDC Conference, fórum internacional com objetivo de incentivar metas climáticas mais ambiciosas e acelerar sua implementação. A CEO destacou a urgência de compromissos robustos e a necessidade de ação coletiva para combater a crise do clima.

Até o momento, apenas 22 de 195 países apresentaram suas Contribuições Nacionalmente Determinadas, metas climáticas que devem ser atualizadas a cada cinco anos, como definido no Acordo de Paris. O Brasil apresentou a sua em novembro de 2024, comprometendo-se a reduzir as emissões líquidas de gases-estufa no país de 59% a 67% até 2035.

“A boa notícia é que a demora para fazer as NDCs pode ser porque elas serão mais detalhadas, porque precisam ser debatidas entre diferentes setores dos governos. Talvez seja porque é necessário mais tempo para conversar com o setor privado e com a sociedade civil, para garantir que sejam mais implementáveis", afirmou, pedindo mais celeridade.

A CEO destacou que os compromissos precisam ser entregues a tempo do relatório-síntese realizado pela Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, divulgado antes da COP30, que será realizada em novembro na cidade de Belém, no Pará. O documento contabilizará as NDCs e mostrará o quão perto estão da meta de conter o aumento da temperatura média do planeta a até 1,5ºC, patamar considerado limítrofe pela ciência. 

"Precisamos de todas as NDCs na mesa para que, caso haja uma lacuna entre as contribuições nacionais e a meta de 1,5ºC, nossos líderes poderem discutir como fechá-la", completou Ana Toni. As NDCs devem levar em consideração a contribuição de cada país para o cumprimento total do Acordo de Paris, aprovado há 10 anos. De lá para cá, o mundo tem feito avanços importantes, mas em ritmo ainda insuficiente.

"Sabemos que as decisões que precisamos tomar são muito difíceis, e não devemos fingir o contrário. Nunca fizemos uma transformação de nossos sistemas sociais e econômicos com a velocidade e escala que precisamos agora", disse ela.

“O desafio é encontrar caminhos de combinar o combate à mudança do clima com desenvolvimento, crescimento e criação de empregos"
— ANA TONI, CEO da COP30

Organizada pelo governo da Alemanha, em parceria com a GIZ, a NDC Partnership e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, a Global NDC Conference reúne técnicos, especialistas em clima, pesquisadores, entre outros atores envolvidos na elaboração de NDCs. 

Em Berlim, Ana Toni reuniu-se com a diretora de Meio Ambiente da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), com Jo Tyndall, com o diretor global da NDC Partnership, Pablo Vieira, e com a vice-diretora de Ação Climática Internacional e Transição Energética do Ministério de Assuntos Econômicos da Alemanha, Vera Rodenhoff. Entre os temas debatidos, os preparativos para a COP30 e a agenda de ação da Conferência, que será lançada nos próximos dias.