COP30 inaugura o primeiro Pavilhão de Ciências Planetárias e coloca a ciência no centro das decisões climáticas
Mandatado pela Presidência da COP, novo espaço estabelece marco histórico ao integrar ciência diretamente ao processo decisório global

O Pavilhão de Ciências Planetárias, localizado na Zona Azul da COP30, representa um avanço inédito na história das Conferências do Clima da ONU. Mandatado pela Presidência da COP30, o espaço é o primeiro pavilhão oficial totalmente dedicado à ciência, reforçando o compromisso da conferência em fazer desta a “COP da Verdade”, guiada por evidências e integridade.
Co-presidido por Johan Rockström, diretor do Instituto Potsdam para Pesquisa sobre Impacto Climático, e Carlos Nobre, renomado cientista brasileiro, Planetary Guardian e copresidente do Painel Científico para a Amazônia, o pavilhão recebe painéis de alto nível, encontros entre negociadores e cientistas, coletivas de imprensa e lançamentos de relatórios, como o Global Carbon Budget 2025 e o 10 Novas Perspectivas na Ciência Climática.
“A ciência deve guiar nosso caminho para um planeta habitável. A COP30 será a COP da verdade, onde evidência, integridade e cooperação moldarão cada decisão que tomamos pelo futuro da humanidade”, afirmou Ana Toni, CEO da COP30.
Ciência como ponte direta com as negociações
Ao funcionar como um “centro de comando” da ciência planetária na COP30, o Pavilhão busca criar uma ponte contínua entre pesquisa e negociação, oferecendo dados em tempo real, análises, briefings e uma “Linha Direta da Ciência” para orientar decisões estratégicas durante as duas semanas da conferência.
A programação integra especialistas globais e instituições como Future Earth, Earth League, International Science Council, INPA, USP, UFPA, Stanford University, Max Planck Institute of Geoanthropology, Planetary Guardians e o Painel Científico para a Amazônia.
Carlos Nobre ressaltou a relevância desse modelo inédito para as decisões em Belém: “A Amazônia é o coração do sistema climático do planeta. O que acontece aqui determinará se a humanidade será capaz de restaurar o equilíbrio ou desencadear uma mudança irreversível.”
Dia da Amazônia e o debate sobre o limite de 1,5°C
O último sábado foi marcado por atividades com foco no bioma amazônico. A programação destacou o papel da floresta na estabilidade climática global e aprofundou o debate sobre o limite de 1,5°C, ponto crítico a partir do qual os riscos para ecossistemas e sociedades se intensificam rapidamente. Especialistas e lideranças indígenas apresentaram análises sobre mitigação, adaptação e os impactos sociais, econômicos e ambientais das mudanças climáticas na região.
Durante a conferência, também foi apresentado o Planetary Health Check 2025, uma avaliação abrangente do estado dos sistemas de suporte à vida do planeta. O diagnóstico mostra que sete das nove fronteiras planetárias já foram ultrapassadas e transforma esse panorama em recomendações práticas para orientar decisões políticas na COP30. O documento oferece aos negociadores uma leitura clara dos riscos e das ações necessárias para recolocar o planeta em um espaço seguro e justo.
O pavilhão — um ambiente imersivo de 150 m² com visualizações de dados em tempo real, experiências interativas e conteúdos que integram ciência contemporânea e saberes tradicionais — foi concebido para facilitar o diálogo e tornar a ciência imediatamente acessível aos tomadores de decisão. A proposta é permitir que delegações e negociadores compreendam, de forma integrada, o estado do planeta e os caminhos possíveis para sua recuperação.
Para mais informações, acesse:https://planetarysciencepavilion.org/
