BOLETIM DE RÁDIO COP30 BRASIL

Boletim COP30 Brasil #71 - Presidente Lula leva a crise climática ao centro do debate da ONU

Presidente brasileiro propôs Conselho da ONU para monitorar compromissos climáticos e garantir ação global. “É necessário trazer o combate à mudança do clima para o coração da ONU”, defendeu Lula na abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York. Ouça a reportagem e saiba mais.

Presidente da República do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, durante a abertura do Debate Geral da 80ª Sessão Ordinária da Assembleia Geral das Nações Unidas, e, Nova York (EUA)  - Foto: Ricardo Stuckert / PR
Presidente da República do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, durante a abertura do Debate Geral da 80ª Sessão Ordinária da Assembleia Geral das Nações Unidas, e, Nova York (EUA) - Foto: Ricardo Stuckert / PR

Reportagem: Leandro Molina / COP30 Brasil

Repórter: O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva usou a tribuna da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas, em Nova York, para fazer um apelo urgente. Ele destacou a crise climática como o maior desafio global, posicionando-a como prioridade máxima para a agenda da ONU.

Lula: Bombas e armas nucleares não vão nos proteger da crise climática. O ano de 2024 foi o mais quente já registrado.

Repórter: Lula conclamou um compromisso real e imediato de todas as nações.

Lula: Sem ter o quadro completo das Contribuições Nacionalmente Determinadas (as NDCs), caminharemos de olhos vendados para o abismo. Nações em desenvolvimento enfrentam a mudança do clima ao mesmo tempo em que lutam contra outros desafios.

Repórter: O presidente brasileiro reforçou que a COP30 será realizada em Belém do Pará, e classificou a conferência como um momento decisivo.

Lula: A COP30, em Belém, será a COP da verdade. Será o momento de os líderes mundiais provarem a seriedade de seu compromisso com o planeta.

Repórter: Lula foi enfático ao defender a justiça climática.

Lula: O Brasil se comprometeu a reduzir entre 59% e 67% suas emissões, abrangendo todos os gases de efeito estufa e todos os setores da economia. Enquanto isso, países ricos usufruem de padrão de vida obtido às custas de duzentos anos de emissões. Exigir maior ambição e maior acesso a recursos e tecnologias não é uma questão de caridade, mas de justiça.

Repórter: O presidente também falou sobre a Amazônia e os esforços do Brasil para combater o desmatamento. 

Lula: Em Belém, o mundo vai conhecer a realidade da Amazônia. O Brasil já reduziu pela metade o desmatamento na região nos últimos dois anos. Erradicá-lo requer garantir condições dignas de vida para seus milhões de habitantes. 

Repórter: A proposta brasileira de criar o Fundo Florestas Tropicais para Sempre foi apresentada como uma solução para remunerar os países que mantêm suas florestas em pé.

Lula: A corrida por minerais críticos, essenciais para a transição energética, não pode reproduzir a lógica predatória que marcou os últimos séculos. Fomentar o desenvolvimento sustentável é o objetivo do Fundo Florestas Tropicais para Sempre, que o Brasil pretende lançar para remunerar os países que mantêm suas florestas em pé. 

Repórter: Para concluir, o presidente defendeu a criação de um Conselho vinculado à Assembleia Geral da ONU, com força e legitimidade para monitorar os compromissos climáticos. 

Lula: É chegado o momento de passar da fase de negociação para a etapa de implementação. O mundo deve muito ao regime criado pela Convenção do Clima. É necessário trazer o combate à mudança do clima para o coração da ONU, para que ela tenha a atenção que merece. Um Conselho vinculado à Assembleia Geral com força e legitimidade para monitorar compromissos dará coerência à ação climática.

Repórter: O governo brasileiro trabalha para que a conferência, em novembro, seja um divisor de águas no enfrentamento ao aquecimento global e nas negociações internacionais voltadas às transformações climáticas.

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