Boletim COP30 Brasil #42 - Fontes renováveis de energia mantêm vantagem de preço em relação aos combustíveis fósseis, confirma relatório do IRENA
Estudo da Agência Internacional de Energias Renováveis indica números promissores quanto ao futuro da energia limpa. Brasil foi o país em desenvolvimento líder em adições de energia renovável em 2024. Ouça a reportagem e saiba mais.

Reportagem: Franciéli Barcellos de Moraes |COP30 Brasil Locução: Bárbara Bezerra
Repórter: As fontes renováveis de energia continuam mais baratas do que os combustíveis fósseis. É o que revela o novo relatório da Agência Internacional de Energias Renováveis, a IRENA, com dados atualizados de 2024. O documento foi divulgado durante um evento da Organização das Nações Unidas, em Nova York.
De acordo com o estudo, 91% dos projetos de energia renovável comissionados no ano passado apresentaram custos mais baixos do que qualquer nova alternativa fóssil. Além de mais baratas, as renováveis ajudam a reduzir a dependência dos mercados internacionais de combustíveis e fortalecem a segurança energética dos países.
O embaixador André Corrêa do Lago, presidente da COP30 — que será realizada este ano em Belém — recebeu o relatório com entusiasmo. Para ele, os dados são um sinal de que a sociedade pode reagir aos desafios impostos pelas mudanças climáticas.
André Corrêa do Lago: o combate à mudança do clima é, na verdade, uma imensa oportunidade econômica, mas uma imensa oportunidade para melhorar a vida das pessoas e para criar empregos. A mudança do clima é um grande desafio, mas a nossa reação é possível.
Repórter: O relatório aponta ainda que o Brasil foi o quarto país que mais adicionou capacidade de energia renovável em 2024, ficando atrás apenas da China, dos Estados Unidos e da União Europeia. Embora a energia hidrelétrica ainda seja predominante na matriz brasileira, as fontes solar e eólica vêm crescendo de forma acelerada.
No segmento da energia eólica terrestre — a chamada onshore — Brasil e China dividiram a liderança global em competitividade, com custo médio de 30 dólares por megawatt-hora. Já a energia solar fotovoltaica alcançou no Brasil o valor médio de 48 dólares por megawatt-hora, mostrando forte viabilidade frente às fontes fósseis.
Em escala global, a energia solar fotovoltaica custou, em média, 41% menos do que as opções fósseis mais baratas. Já a energia eólica onshore teve preços 53% mais baixos. Para expandir ainda mais o setor, o relatório da IRENA recomenda medidas como a adoção de contratos de compra de energia — os chamados PPAs —, marcos regulatórios seguros, estabilidade política e modelos de aquisição claros e confiáveis.