O Ministério da Fazenda do Brasil promoveu a segunda rodada de webinários sobre o tema, articulando contribuições nacionais e internacionais ao relatório do Círculo, que deverá ser apresentado em sua versão final em outubro. Ouça a reportagem e saiba mais.
Reportagem: Franciéli Barcellos | COP30
Locução: Inez Mustafa | COP30
Repórter: O Ministério da Fazenda do Brasil, em parceria com o Instituto Clima e Sociedade, avançou na construção do Roteiro de Baku à Belém, um plano ambicioso para mobilizar US$ 1,3 trilhão em financiamento climático para países em desenvolvimento. A segunda etapa dos webinários do Círculo de Ministros de Finanças da COP30 reuniu sociedade civil, especialistas e governo, para debater soluções inclusivas no combate à crise do clima.
Sob a coordenação da Secretária de Assuntos Internacionais do Ministério, a embaixadora Tatiana Rosito reforçou a ideia de que as finanças devem ser parte da solução, não do problema…
Rosito: O Círculo de Ministro das Finanças está trabalhando com a intenção de contribuir com sugestões específicas para a COP30 e também com um amplo esforço de mobilização; portanto nosso primeiro objetivo é realmente nos engajar nesse diálogo estruturado, com os ministérios das finanças e dar uma contribuição fundamental para o Roteiro de Baku à Belém. Não se trata de um processo de negociação, senão de facilitar e divulgar uma agenda estruturada na área financeira que possa contribuir e esclarecer algumas das questões do Roteiro de Baku à Belém.
Repórter: Entre os temas urgentes levantados estão: investimentos em cidades sustentáveis, proteção aos direitos indígenas nas políticas climáticas, e acesso facilitado a financiamento para pequenas e médias empresas. Mostrando que a ação climática exige não só recursos, mas também inclusão, Ivahanna Larrosa, da Coalizão por Direitos Humanos em Desenvolvimento (CHRD), alertou para os riscos de projetos que não envolvam as comunidades afetadas.
Ivahanna: Uma das preocupações principais que temos é como garantir que esse processo de reforma inclua planos participativos ao longo de todo o processo, não apenas depois de o roteiro estar definido, mas também durante sua implementação. Para que isso não resulte em mais pressão sobre os territórios e as comunidades, como infelizmente temos visto em muitos investimentos relacionados à energia.
Repórter: As contribuições deste encontro serão incorporadas à segunda versão do relatório, que também recebeu sugestões por meio de webinários anteriores, eventos paralelos e um formulário online. O documento final será apresentado em 8 de outubro, durante uma reunião ministerial que definirá os próximos passos rumo à COP30, em Belém do Pará.
