ABDI discute COP30, inovação e industrialização sustentável na Amazônia
Evento reuniu especialistas para discutir o papel da bioeconomia e da indústria na preservação ambiental com geração de emprego e renda

Com Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI)
A Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) realizou a live ABDI na COP30: Inovação e Indústria Sustentável na Amazônia, com transmissão pelo YouTube. O evento reuniu especialistas e representantes do setor público e da sociedade civil para debater os desafios e as oportunidades da industrialização sustentável na região amazônica, a partir da conexão entre bioeconomia, tecnologia e desenvolvimento inclusivo.
Durante a transmissão, foram apresentados projetos desenvolvidos pela ABDI e discutidos caminhos para conciliar preservação ambiental com a geração de emprego e renda. Participaram do evento a diretora de Economia Sustentável e Industrialização da ABDI, Perpétua Almeida; o presidente do Instituto Amazônia+21, Marcelo Thomé; a secretária de Economia Verde do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Julia Cruz; e a coordenadora do projeto ABDI na COP30, Neide Freitas. A mediação foi do jornalista Daniel Adjuto.
A diretora Perpétua Almeida abriu o encontro reforçando o compromisso da agência em posicionar a indústria como aliada da floresta.
"Não é possível cumprir as metas dos acordos internacionais assumidos pelo Brasil sem o envolvimento da indústria. Como descarbonizar, por exemplo? Com a indústria. O que a ABDI vai mostrar na COP30 é como estamos alinhando desenvolvimento sustentável com geração de emprego, novas tecnologias e, acima de tudo, com diversos exemplos vindos da Amazônia", afirmou.
Nesse sentido, Marcelo Thomé destacou desafios para atrair investidores engajados em desenvolver negócios sustentáveis na Amazônia.
"O grande desafio é vencer o preconceito de que a Amazônia não pode ou deve ser destino de investimentos. Temos três grandes setores organizados e intensivos em capital – mineração, energia e agropecuária – que representam fortemente a economia regional. Os demais setores ainda dependem de investimentos em inovação, apoio ao desenvolvimento de projetos e aporte financeiro. Quem não conhece a região tem receios, seja pela reputação, seja por não saber identificar os projetos com maior potencial. O Instituto Amazônia+21 surgiu para enfrentar esses desafios", explicou.
A secretária Julia Cruz, do MDIC, ressaltou a importância do alinhamento entre política industrial e sustentabilidade. "O governo apoia iniciativas de pesquisa e desenvolvimento, que convergem com esse modelo de desenvolvimento social e ambiental. Alguns exemplos são o Fundo Clima, o Fundo Amazônia, a Nova Indústria Brasil, que, por meio do Plano Mais Produção, oferece incentivos para a descarbonização da indústria brasileira. Também apoia os pequenos negócios que, por meio de inovação, de tecnologia, permitem conhecimentos tradicionais, trazem o desenvolvimento para a população local e inserem o Brasil em cadeias por parte de produção".
A coordenadora do projeto ABDI na COP30, Neide Freitas, destacou a participação de atores locais, como comunidades tradicionais e pequenos empreendedores, para garantir que a industrialização sustentável seja inclusiva e gere impacto real na Amazônia. Ela citou a Zona Franca de Manaus como um exemplo de potência econômica regional.
"O polo é fundamental para o poder de desenvolvimento da floresta. Mas o polo hoje está um pouco de costas para distribuir essa diversidade. Como que a gente faz essa aproximação? Como vamos fazer com que o polo industrial de Manaus dialogue com a biodiversidade e com a riqueza da Amazônia? Esse é um projeto concreto que a ABDI está dedicada".
Freitas também citou projetos como a plataforma Recircula Brasil, o Café Amazônia Sustentável e o mapeamento da Bioindústria da Amazônia Legal.