Boletim COP30 #25 - Presidência da COP30 pede antecipação de acordos previstos para Belém
Em carta, o presidente da COP30, André Corrêa do Lago, pede ação urgente para reforçar o multilateralismo, conectar o clima à vida real e acelerar o Acordo de Paris. Entre as prioridades, o documento conclama negociadores a anteciparem acordos previstos para Belém, desmatamento zero até 2030, transição energética justa e adaptação climática. Ouça a reportagem e saiba mais.

Reportagem Leandro Molina / COP30
Repórter: A presidência da COP30 divulgou a terceira carta à comunidade internacional que reforça a necessidade de se colocar em prática as decisões já acordadas nas COPs anteriores. No documento, o embaixador e presidente da COP30, André Corrêa do Lago, faz um chamado aos negociadores dos países parte da Convenção das Nações Unidas sobre Mudança do Clima e do Acordo de Paris, que se reunirão em Bonn, na Alemanha, entre os dias 16 e 26 de junho.
André Corrêa do Lago: Eu acho que é justamente o que a carta chama é que, se a gente como presidência brasileira está convocando o mundo inteiro para se juntar num mutirão a favor do combate à mudança do clima, os primeiros que têm que participar disso são os negociadores, que é quem tem na mão o poder para a aprovação do documento.
Repórter: A embaixadora Liliam Chagas, diretora do Departamento de Clima do Ministério das Relações Exteriores, fala da proposta da carta em relação às sessões em Bonn, na Alemanha, que são etapas formais de negociação, em nível técnico, consideradas essenciais para preparar as decisões a serem adotadas na COP30.
Liliam Chagas: Não há recados específicos. Há uma avaliação, que é uma avaliação quase generalizada, que as negociações precisam responder à realidade. O que nós estamos tentando com essa carta é mudar o comportamento, mudar a atitude.
Repórter: A carta também lembra as prioridades para a Conferência, como o reforço do multilateralismo, a conexão da agenda climática com o cotidiano das pessoas e a urgência de se acelerar a implementação para muito além do Acordo de Paris, como ressalta a embaixadora Liliam Chagas.
Liliam Chagas: Então há um chamado aí para que eles integrem o mutirão global contra a mudança do clima, que é um esforço coletivo de fazer mais e mais rápido. As negociações devem responder a essa urgência climática.
Repórter: Ana Toni, secretaria-executiva da COP30, diz que o documento incentiva todos os países a apresentarem seus Planos Nacionais de Adaptação, considerados roteiros estratégicos para a resiliência, antes da COP em Belém.
Ana Toni: É priorizando o tema de adaptação que mostra que a América Latina é uma região muito vulnerável. Ela é uma provedora de soluções climáticas, mas ela também é muito vulnerável. E foi muito interessante ver o apoio de todos os países da América Latina à proposta brasileira de elevar o tema de adaptação.
Repórter: O foco da terceira carta é a importância das negociações em junho para a Conferência em Belém, em novembro. A primeira carta da presidência da COP30 comunicou a visão da Conferência, e a segunda carta convidou para o Mutirão Global de mobilização pela ação climática.