BONN 2025

Em Bonn, alunos do Kuntari Katu acompanham agenda de adaptação, mitigação e financiamento

Em formação para atuar nas negociações internacionais sobre o clima, indígenas do Programa Kuntari Katu acompanham como ouvintes dos debates em Conferência annual da ONU, na Alemanha

Indígenas brasileiros do Programa Kuntari Katu, que participam como ouvintes na Conferência de Bonn, na Alemanha — Foto: Rafa Neddermeyer / Audiovisual COP30
Indígenas brasileiros do Programa Kuntari Katu, que participam como ouvintes na Conferência de Bonn, na Alemanha — Foto: Rafa Neddermeyer / Audiovisual COP30

Financiamento,  adaptação e mitigação climáticas estão entre as agendas acompanhadas por 23 indígenas brasileiros do Programa Kuntari Katu, que participam como ouvintes na Conferência de Bonn, na Alemanha. O evento reúne os órgãos subsidiários da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC), até 26 de junho, para discutir as agendas prioritárias que serão discutidas na COP30. 

O grupo vem sendo preparado pelo governo Brasileiro para impactar os espaços globais de decisões da agenda climática, a partir da realidade de seus territórios.

Luan Potiguara, indígena de Monte-Mor, no estado da Paraíba — Foto: Isabela Castilho / Audiovisual COP30
Luan Potiguara, indígena de Monte-Mor, no estado da Paraíba — Foto: Isabela Castilho / Audiovisual COP30

“A gente tá caminhando a passos lentos daquilo que a gente precisa, e aí o mundo precisa enxergar, principalmente os países desenvolvidos. Que o futuro é ancestral e depende de nós, povos indígenas, para que a gente possa contribuir para a manutenção das futuras gerações para o futuro do planeta”, disse Luan Potiguara, indígena de Monte-Mor, no estado da Paraíba, sobre a agenda de financiamento em discussão na Conferência da ONU.

Maisangela Oliveira, do povo Sateré-Mawé do estado do Amazonas, defendeu que as comunidades indígenas precisam ser ouvidas na agenda climática, pois as decisões afetam diretamente seus modos de vida e territórios. Para a jovem, o Programa oferece ferramentas para garantir as vozes e participação nas discussões globais..

Maisangela Oliveira, do povo Sateré-Mawé do estado do Amazonas — Foto: Isabela Castilho / Audiovisual COP30
Maisangela Oliveira, do povo Sateré-Mawé do estado do Amazonas — Foto: Isabela Castilho / Audiovisual COP30

“Mas a força vem de dentro. Nossa luta é pelo reconhecimento dos saberes tradicionais no processo de adaptação às mudanças climáticas e pela garantia de uma transição justa que respeite o consentimento livre, prévio e dos povos indígenas é pela proteção dos territórios sagrados, e é pela garantia de um financiamento direto e proporcional à contribuição inestimável que damos para a preservação do planeta”, pontuou. 

Eliel Ukan Patté é indígena e estudante de Relações Internacionais e acredita que tanto a formação do Programa como a experiência acompanhando na Conferência da ONU pode impactar positivamente a vida de pessoas indígenas nos territórios. 

Eliel Paté é estudante de Relações Internacionais e esteve em Bonn acompanhando os debates — Foto: Isabela Castilho / Audiovisual COP30
Eliel Paté é estudante de Relações Internacionais e esteve em Bonn acompanhando os debates — Foto: Isabela Castilho / Audiovisual COP30

“Muitas lideranças jovens estão acompanhando cada tema das negociações. A forma que a gente vai lidar, acompanhar e também compartilhar essas questões vai impactar de forma muito positiva nos nossos territórios, porque a gente está com esse pensamento de levar a nossa voz e nossas bases para dentro da COP30. Nós estamos lutando pelas demarcações dos nossos territórios Porque nós que protegemos as florestas, as nossas terras, os nossos rios”, disse Eliel. 

Para Ana Flávia Sampaio, também aluna do Kuntari Katu, espera que agendas fundamentais para as comunidades indígenas do Brasil e que foram discutidas aqui também serão foco na COP30 como, por exemplo, a demarcação de terras indígenas ser compreendida como uma medida de adaptação climática. 

“É de fato o mais importante nesse momento para a gente é a nossa demarcação pelo processo de mitigação. A nossa vinda para cá é nesse sentido de incidir, levar para a negociação a mitigação no processo de demarcação dos povos indígena”, explicou Sampaio.

Ana Flávia Sampaio, aluna do Kuntari Katu, espera que o tema de demarcação de terras indígenas figure na agenda de adaptação — Foto: Rafa Neddermeyer / Audiovisual COP30
Ana Flávia Sampaio, aluna do Kuntari Katu, espera que o tema de demarcação de terras indígenas figure na agenda de adaptação — Foto: Rafa Neddermeyer / Audiovisual COP30