Seminário debate resiliência climática e riscos em cidades costeiras
Evento faz parte da preparação para a COP30 e buscou ampliar conhecimentos sobre as causas da elevação do nível do mar, bem como a adaptação de municípios

Por Ministério das Cidades
A resiliência climática e a redução de riscos em cidades costeiras foram assunto de um seminário organizado pelo Ministério das Cidades, em parceria com o Escritório das Nações Unidas para a Redução do Risco de Desastres, na terça-feira 14/10, em Brasília. O encontro buscou ampliar o conhecimento sobre as causas da elevação do nível do mar e faz parte dos eventos paralelos da Pre-COP.
Com a presença de autoridades, especialistas e representantes de organismos internacionais, o evento discutiu os impactos do avanço do mar sobre áreas urbanas e apontou caminhos para fortalecer a resiliência climática nas regiões costeiras do país. Estudos apresentados indicaram que um centímetro de aumento no nível do mar pode resultar na perda de até dez metros de faixa litorânea, com consequências que se estendem até 100 quilômetros a partir da costa.
“No momento em que o mar se aquece e temos o derretimento das calotas polares, além da expansão térmica das águas, vemos esse aumento de nível. Um centímetro pode causar uma entrada na costa ou até em rios e estuários distantes. Cidades litorâneas sentirão primeiro, mas muitas outras, às margens de rios, também serão afetadas”, explicou Marinez Scherer, Enviada Especial de Oceanos da COP30. Martinez é bióloga, doutora em Ciências Marinhas, e especialista em Gestão Costeira e Marinha.
Segundo ela, o avanço do mar pode provocar inundações, erosão e destruição de infraestrutura urbana. “A urbanização avança sobre áreas muito próximas à linha de costa, e isso potencializa os impactos sobre casas, comércios, estradas e portos”, acrescentou.
Os efeitos causados pelo aumento no nível do mar incluem erosão, deslizamentos de terra, inundações, contaminação de aquíferos e destruição de infraestrutura que podem afetar diretamente 54% da população brasileira.

“Nós precisamos, por um lado, cuidar do nosso meio ambiente, para que o aquecimento global não cause o aumento da temperatura dos oceanos e o nível do mar não suba, criando problemas para as famílias e cidades costeiras do Brasil. Por outro, nós precisamos discutir como vamos dar resiliência e adaptação para essas cidades espalhadas pelo nosso país. É um tema muito importante e que vamos levar para discutir na COP30”, reforçou o ministro das Cidades, Jader Filho.
O seminário “Resiliência Climática e Redução de Riscos de Desastres em Cidades Costeiras” contou com dois painéis temáticos. O primeiro abordou a elevação do nível do mar e o impacto nas cidades brasileiras, enquanto o segundo tratou sobre os instrumentos de resiliência e redução de riscos.
“É muito importante que o ministério coloque no radar das discussões os temas urbanos que são relevantes. O Brasil é um país que tem uma concentração da população no litoral e nas áreas que são afetadas pelo crescimento dos oceanos, portanto a discussão é fundamental. Queremos aproveitar o mutirão da COP30 e a visibilidade das discussões para discutir como adotar novas políticas e perspectivas em termos de infraestrutura verde e azul para atender esses desafios que as cidades costeiras terão”, completou o chefe da Assessoria Internacional do Ministério das Cidades, embaixador Antônio da Costa e Silva.