Países demonstram receptividade em primeira reunião sobre execução do Mapa do Caminho de Baku a Belém na COP30
No encontro, representantes de nações desenvolvidas e em desenvolvimento, de bancos de desenvolvimento, investidores e instituições do terceiro setor discutiram caminhos para alcançar meta de mobilização de US$1,3 trilhão em 2035

Por Laura Marques e Bianca Leão/COP30
Durante a primeira reunião sobre o Mapa do Caminho de Baku a Belém, representantes de países desenvolvidos e em desenvolvimento, de bancos de desenvolvimento, de instituições financeiras e da sociedade civil sugeriram caminhos para concretizar o roteiro, elaborado pelas Presidências da COP30 e da COP29. O documento traça a rota para que o mundo alcance US$1,3 trilhão em financiamento climático para países em desenvolvimento até 2035. O debate foi realizado na Zona Azul da COP30, neste sábado, 15/11.
Os presidentes das conferências, responsáveis pela elaboração do Mapa, frisaram que serão necessárias cooperação e vontade política para colocar em prática o plano. O presidente da COP30, embaixador André Corrêa do Lago, afirmou que está otimista. “Vamos continuar trabalhando para tornar os US$1,3 trilhão uma realidade”.
O Presidente da COP30 ressaltou ainda que foram recebidas mais de 200 contribuições de governos, do mercado financeiro, da sociedade civil, academia, entre outros setores, para a elaboração do documento, incluindo o relatório do Círculo de Ministros de Finanças da COP30, liderado pelo ministro da Fazenda do Brasil, Fernando Haddad.
A CEO da COP30, Ana Toni, salientou que o relatório demonstra que as cifras necessárias para implementar a ação climática existem. “O que nos falta é a capacidade de redirecionar esses recursos na escala e na velocidade necessárias para enfrentar a crise climática. O propósito do Mapa do Caminho é claro: construir, de forma cooperativa, um sistema funcional de financiamento climático. Não se trata necessariamente de criar novos instrumentos, mas sim de criar um financiamento melhor — que seja previsível, acessível, disponível e justo”, enfatizou.
Ana Toni avalia que o surgimento de iniciativas como Bridgetown, 4P, Finance in Common, a Cúpula Africana do Clima, a TF-CLIMA do G20, o Círculo de Ministros da COP30, entre muitas outras, são sinais políticos de um movimento global para reformar as estruturas financeiras internacionais, em prol da aceleração da resposta à mudança do clima.
O secretário-executivo da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), Simon Stiell, apontou que a meta de alcançar US$1,3 trilhão é ambiciosa, mas factível. Ele ressaltou que os recentes efeitos do furacão Melissa na América Central mostraram o custo da inação. “Cada centavo aplicado na prevenção é economia no futuro. O progresso nos investimentos não está rápido o suficiente. Precisamos sair do âmbito das ideias para os resultados”, alertou.
Luiz de Andrade Filho, responsável pelos temas de financiamento na Presidência da COP30, afirmou que há boa vontade entre as Partes no Acordo de Paris para trabalhar em conjunto na implementação do Mapa do Caminho.
Elmaddin Mehdiyev, representante da Presidência da COP29, relatou que os próximos passos do Mapa incluirão o detalhamento de ações para concretizar medidas previstas.
Entre os participantes do evento que se manifestaram estavam representantes dos governos da França, Japão, Quênia, Noruega, China, Canadá, Reino Unido e União Europeia.
