REFERÊNCIA GLOBAL

Com megainfraestrutura e 550 mil m² de áreas oficiais, COP30 coloca Belém no mapa de grandes eventos globais

Conferência reuniu delegações e representantes de 195 países. Ao longo dos 12 dias de evento, foram registrados 513.848 acessos, somados entre Blue Zone e Green Zone

Belém se transformou em polo de participação social com a movimentação intensa na COP30. Foto: Raimundo Pacco/COP30
Belém se transformou em polo de participação social com a movimentação intensa na COP30. Foto: Raimundo Pacco/COP30

A COP30, realizada pela primeira vez na Amazônia, mobilizou uma das maiores e mais complexas infraestruturas já erguidas para uma conferência das Nações Unidas. Com 550 mil m² de áreas oficiais distribuídas entre a Blue Zone e a Green Zone, Belém tornou-se palco de uma operação logística, tecnológica e humana sem precedentes no país.

Ao longo dos 12 dias de evento, a conferência registrou 513.848 acessos somados entre Blue Zone e Green Zone, evidenciando o interesse global e local pela agenda climática. Somente a Blue Zone recebeu mais de 42 mil participantes credenciados, enquanto a Green Zone manteve fluxo intenso de visitantes diariamente.

Segundo o secretário extraordinário da COP30, Valter Correia, o evento “colocou Belém no mapa das grandes operações globais. Construímos, em poucos meses, uma cidade dentro da cidade — com tecnologia, conforto, segurança e capacidade para receber dezenas de milhares de pessoas por dia. A dimensão dessa estrutura revela o profissionalismo e a dedicação do Brasil ao sediar uma conferência dessa magnitude”.

Blue Zone: uma cidade temporária de 160 mil m² dedicada às negociações globais

A Blue Zone concentrou a espinha dorsal da diplomacia climática, com 160 mil m² de área total, dos quais 120 mil m² foram inteiramente construídos como estruturas temporárias, erguidas especialmente para a COP30. Outros 34 mil m² correspondem ao Hangar e ao Centro de Gastronomia, áreas permanentes adaptadas para atender delegações, organismos internacionais e representantes de 195 países.

INFRAESTRUTURA INTERNA

A Blue Zone abrigou 149 pavilhões, sendo 78 de países, que montaram estruturas personalizadas para recepção, negociações e eventos; 71 escritórios, utilizados por delegações, equipes técnicas e organismos internacionais. Além de 430 EOIs (Expressões de Interesse): um recorde histórico que permitiu que ONGs, empresas, universidades, povos tradicionais e governos subnacionais solicitassem participação, demonstrando o engajamento global em torno da agenda climática.

EQUIPAMENTOS E INSTALAÇÕES EM NÚMEROS

A operação da Blue Zone exigiu a montagem de uma infraestrutura de grande porte, que incluiu:

  • Energia instalada: 180 geradores (88MW)

  • Cabeamento de rede: 300km

  • Fibra óptica: 60km

  • Equipamentos de ar-condicionado: 200 unidades

  • Carretas de transporte: 800

  • Banheiros: 635

O secretário Valter Correia destaca que “é difícil ter dimensão do que esses números representam. São quilômetros de cabeamento, centenas de equipamentos e uma logística que envolveu milhares de profissionais. A Amazônia recebeu uma estrutura comparável às maiores conferências internacionais do planeta”.

Green Zone: participação social em um espaço de 45 mil m²

A Green Zone, aberta ao público, foi planejada como o grande palco da sociedade civil, inovação e cultura amazônica. Com 45 mil m², abrigou 61 pavilhões e estandes de organizações, instituições científicas, movimentos sociais, empresas e governos.

O espaço reuniu atividades culturais, diálogos, exposições interativas e debates que conectaram ciência, povos da floresta, juventudes e iniciativas de economia verde.

Uma operação sem precedentes no Brasil

A montagem, operação e desmontagem dessas estruturas exigiram meses de planejamento integrado entre Governo Federal, Nações Unidas, Governo do Pará, Prefeitura de Belém e centenas de empresas e profissionais.

Para Valter Correia, “a grandiosidade da COP30 mostra que o Brasil tem capacidade plena de receber eventos internacionais de altíssimo padrão, mesmo em regiões historicamente afastadas dos grandes centros. A Amazônia recebeu o mundo com eficiência e orgulho”.

A COP30 consolidou Belém como nova referência global em sustentabilidade, inovação e diplomacia climática, deixando como legado uma grande operação logística e infraestrutura que marcou a história das conferências climáticas da ONU.