Boletim COP30 Brasil #83 -E começa a COP30 de Belém!
Durante duas semanas, os olhos do mundo estarão voltados para Belém, onde serão tomadas medidas decisivas para o futuro da humanidade nos próximos anos

Por Bárbara Bezerra
Repórter: Chegou o grande dia. Começa hoje em Belém a COP30, a primeira Conferência do Clima a ser realizada no coração da Floresta Amazônica. Durante as próximas duas semanas, governos, empresários e sociedade civil debaterão medidas de enfrentamento à crise climática.
A cerimônia de abertura do evento começou com o discurso do Presidente da COP29, Mukhtar Babayev, que transmitiu a Presidência da COP30 ao embaixador André Corrêa do Lago. Em seu discurso, Babayev ressaltou que essa transição de co-presidências é diferente e especial.
Mukhtar Babayev: Esta transição entre presidências é diferente. E é especial porque no ano passado concluímos o livro de regras de Paris. Encerramos um capítulo de uma década. E com este acordo estabelecemos a estrutura de como apoiar os países em desenvolvimento nos próximos 10 anos. Portanto, estamos agora entrando no primeiro ciclo completo de implementação do Acordo de Paris.
Repórter: O Presidente da COP30 e embaixador André Corrêa do Lago enalteceu a presença de governadores e prefeitos, destacando o papel decisivo dos estados e municípios nas ações contra a mudança do clima. A fala reforça o princípio do federalismo climático, que propõe a atuação conjunta de todas as esferas de governo na agenda ambiental.
André Corrêa do Lago: A presença de governadores e prefeitos é importantíssima, porque os entes subnacionais têm um papel absolutamente essencial na implementação das decisões das COPs. A presença de todos os parlamentares, junto com os governadores e os tribunais, demonstra que o Brasil está unido em torno da agenda que a COP30 vai tratar.
Repórter: Em seu discurso, André Corrêa do Lago ainda declarou que a ciência e o multilateralismo são o caminho que o mundo precisa seguir para o enfrentamento climático.
Repórter: Simon Still,Secretário Executivo da Convenção sobre Mudanças Climáticas , celebrou os avanços no Acordo de Paris mas, advertiu que a redução das emissões de gases de efeito estufa e o fortalecimento da resiliência devem acontecer em um ritmo mais acelerado.
Simom Still: Porque os compromissos nacionais individuais, por si só, não estão reduzindo as emissões com rapidez suficiente. Não precisamos esperar que as Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) tardias sejam implementadas lentamente para identificar a lacuna e desenvolver as inovações necessárias para solucioná-la. Nenhuma nação entre vocês pode arcar com isso, visto que os desastres climáticos reduzem o PIB em dois dígitos.
Repórter: O Presidente Lula iniciou seu discurso homenageando o Pará e parabenizou a população do Estado por ter ajudado a cumprir o desafio de fazer um evento de grandes proporções em uma cidade no meio da floresta.
Presidente Lula: E nós resolvemos aceitar o desafio de fazer a COP no estado da Amazônia para provar que quando se tem disposição política e vontade, a gente mostra que não há nada impossível para o homem.
Repórter: Ele recordou a Cúpula da Terra, ocorrida na década de 90 quando, segundo ele, o mundo vivia o auge do multilateralismo e a época das Conferências
Presidente Lula: hoje a Convenção do clima retorna a sua terra natal. Ela faz o caminho de volta para recuperar o entusiasmo e o engajamento que embalaram seu nascimento.
Repórter: Durante o evento, os participantes foram agraciados com manifestações culturais indígenas e com a apresentação da cantora Fafá de Belém e da ministra da Cultura, Margareth Menezes.

