BOLETIM DE RÁDIO COP30 BRASIL

Boletim COP30 Brasil #75 - Brasil propõe integração mundial dos mercados de carbono na COP30

Adesão será voluntária e o propósito principal é acelerar a descarbonização das economias e incentivar a implementação do Acordo de Paris. Ouça a reportagem e saiba mais.

A subsecretária Cristina Reis destaca que a Coalizão Aberta busca unir esforços globais para reduzir emissões e acelerar a descarbonização. Foto: Gabriel Della Giustina / COP30 Brasil
A subsecretária Cristina Reis destaca que a Coalizão Aberta busca unir esforços globais para reduzir emissões e acelerar a descarbonização. Foto: Gabriel Della Giustina / COP30 Brasil

Reportagem: Maiva D'auria | COP30 Brasil
Locução: Bárbara Bezerra | COP30 Brasil

Repórter: O Brasil chega à COP30 com uma proposta histórica: a criação da Coalizão Aberta para Integração dos Mercados de Carbono. Liderada pelo Ministério da Fazenda, a iniciativa busca conectar os diferentes  sistemas de comércio de créditos de carbono. O objetivo é gerar liquidez, previsibilidade e transparência no setor. A Coalizão faz parte do Plano de Transformação Ecológica Novo Brasil, que é uma estratégia inovadora do governo brasileiro para promover o desenvolvimento sustentável.

Repórter: Um dos diferenciais da proposta brasileira é a adesão voluntária. Ou seja, voltada apenas para países que manifestarem interesse. E a coalizão vai permanecer aberta mesmo após a formação do primeiro grupo, permitindo novas adesões a  qualquer momento.

Repórter: Segundo a subsecretária de Desenvolvimento Econômico Sustentável do Ministério da Fazenda, Cristina Reis, o principal objetivo da iniciativa é acelerar a descarbonização das economias e incentivar a implementação do Acordo de Paris.

Cristina Reis: O objetivo principal dessa coalizão aberta é que, em conjunto, os países consigam avançar na descarbonização de suas economias e incentivar a implementação do acordo de Paris e que o planeta esteja menos ameaçado pela crise climática, pela crise global e todos os efeitos adversos dos gases de efeito estufa.

Repórter: Cristina Reis destaca que a proposta vai além da dimensão ambiental.

 Cristina Reis: Ela vai trazer novas tecnologias e soluções de inovação para a descarbonização, além de possibilitar a troca de experiências entre os países participantes. Também vai estabelecer novos padrões produtivos, valorizando produtos com menor conteúdo de carbono. E, na esteira dessas transformações, gerar mais empregos e reduzir as desigualdades.

Repórter: O programa também pretende promover a redistribuição de renda entre os países membros. Parte das receitas geradas com a distribuição de cotas de descarbonização será  revertida em um processo chamado “reciclagem de receita”. 

Cristina Reis: a gente espera que isso gere um mercado global de carbono regulado dentro da coalizão aberta, de trilhões  de dólares, e que isso gere receitas para os países da coalizão que possam ser recicladas com investimentos nas tecnologias. Então isso dá um diferencial também competitivo, tecnológico, produtivo e comercial para as empresas desses países.

Repórter: Em dezembro de 2024, foi criado o Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa - o SBCE - marco regulatório do mercado de carbono no país. Com essa experiência, o Brasil se apresenta como ator-chave na integração mundial dos mercados de carbono, fortalecendo seu papel de ponte entre economias desenvolvidas e emergentes. 

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