SEMANA DO CLIMA

André Corrêa do Lago se une a líderes globais para acelerar transição energética na Semana do Clima em Nova York

Líderes globais e representantes do setor privado discutem políticas, investimentos e inovações para acelerar a transição para energias renováveis durante a Semana do Clima em Nova York

Líderes de governos e empresas se comprometem a acelerar a abundância de energia renovável. Credit: Global Renewables Alliance
Líderes de governos e empresas se comprometem a acelerar a abundância de energia renovável. Credit: Global Renewables Alliance

Por Rafaela Ferreira / COP30

A identificação de ações práticas necessárias para inaugurar uma nova era de abundância de energia renovável foi tema debatido nesta segunda-feira, 22/9, na Semana do Clima em Nova York, durante a sessão de Alto Nível sobre Abundância de Energia Renovável e abertura da Cúpula Global de Energias Renováveis. Na ocasião, o grupo de chefes de governo, executivos do setor privado e figuras representativas de financiadores da sociedade civil debateram sobre políticas para aumentar a capacidade renovável e enfrentar os obstáculos para a implantação das tecnologias. 

Para o presidente da COP30, André Corrêa do Lago, a associação das energias renováveis ​​com outras agendas é um passo muito importante. “Em termos de segurança energética, justiça energética e independência energética, há muitos elementos novos que se uniram para impulsionar preços mais baixos, criar tecnologias mais simples e crescimento por meio de uma infraestrutura mais fácil de instalar”, disse o embaixador.

Corrêa do Lago ainda lembrou da experiência do Brasil com as energias renováveis. “Começamos com as hidrelétricas porque não tínhamos carvão. Não que pensássemos em mudanças do clima nos anos 60 ou 70, mas começamos com as hidroelétricas, o que foi ótimo. Depois, partimos para a energia solar e para a eólica”.

O evento também demonstrou o compromisso da indústria em acelerar a construção de infraestrutura com zero emissões, impulsionando uma transformação que remodelará economias e sociedades inteiras. Essas tecnologias estão inaugurando uma nova era de prosperidade global, inovação, competitividade e resiliência, ao mesmo tempo em que reduzem os custos de energia para empresas e comunidades.

Transição energética

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, destacou o avanço da transição energética no último ano. “A transição energética realmente decolou. Em 2024, quase dois trilhões de dólares foram investidos em energia limpa em todo o mundo, e, para cada euro gasto em combustíveis fósseis, mais de dois foram destinados à energia limpa. O argumento econômico é claro”, ressaltou.

Ela ainda frisou que a transição energética deve ser uma ação conjunta entre governos e indústrias, atravessando fronteiras e continentes. “Energia limpa não se trata apenas de lidar com as mudanças do clima. Trata-se, na minha opinião, também de segurança energética e prosperidade. Portanto, minha mensagem aos CEOs e investidores aqui presentes hoje é: por favor, digam-nos o que vocês precisam — quais garantias, quais ferramentas de compartilhamento de riscos ou qual ambiente regulatório favorável — para que possamos fornecer e permitir que invistam em escala onde for mais importante”, declarou a presidente da Comissão Europeia.

O primeiro-ministro da Comunidade das Bahamas, Philip Davis, apontou como os tomadores de decisão, de todo o mundo, precisam entender que substituir combustíveis fósseis por energia renovável não vai ocorrer às custas da propriedade, mas, sim, como um pré-requisito para um futuro próspero. “Sabemos que o trabalho da reforma energética é complexo, caro e, às vezes, esmagador. No entanto, também sabemos que cada painel instalado, cada regulamentação modernizada, cada rede elétrica, nos aproxima de um mundo onde a abundância de energia é real. A questão não é a perfeição. A questão é o progresso e a crença de que, trabalhando juntos, cada passo que damos fortalece a chance de sucesso para todos nós.”

O CEO da Global Renewables Alliance, Bruce Douglas, destacou: “O caminho é claro: eliminar gradualmente os combustíveis fósseis voláteis e, ao mesmo tempo, fornecer energia renovável em abundância é como criamos prosperidade, estabilidade e verdadeira segurança energética. No entanto, se quisermos construir o sistema energético limpo, resiliente e competitivo do futuro, precisamos todos nos levantar, nos unir e agir agora.”

André Corrêa do Lago, presidente da COP30, destaca importância de associar debate das energias renováveis ​​com outras agendas. Foto: Rafa Neddermeyer/COP30
André Corrêa do Lago, presidente da COP30, destaca importância de associar debate das energias renováveis ​​com outras agendas. Foto: Rafa Neddermeyer/COP30

Eficiência econômica

Na ocasião, o embaixador André Corrêa do Lago lembrou como as energias renováveis já estão presentes e fazem sentido economicamente. “Acredito que precisamos nos concentrar em como realmente podemos fazer com que esses recursos cheguem aos países que têm um potencial incrível para energias renováveis ​​e que ainda não conseguem atingir esse potencial devido aos muitos obstáculos na área financeira.”

O presidente executivo e fundador da Fortescue, Andrew Forrest, também salientou o papel das energias renováveis na economia. “A energia verde está em toda parte. Você a sente todos os dias – no seu rosto, na sua pele, no vento soprando no seu cabelo. É a decisão financeiramente sensata. É energia verde 24 horas por dia, 7 dias por semana. Devemos construir esta parceria global que une a inovação, os governos à indústria – Oriente e Ocidente – para proporcionar uma rápida descarbonização e para construir esta prosperidade.”

Em concordância, o presidente do Conselho do Climate Group, Mike Rann, realçou que as energias renováveis não são apenas uma corrida para combater as mudanças climáticas, mas também uma oportunidade de impulsionar a excelência econômica e os lucros futuros. “A Semana do Clima de Nova York está deixando claro que faz sentido, do ponto de vista econômico, abraçar o futuro inevitável, em vez de se apegar a um passado tóxico e aos espólios de curto prazo da derrota.”