Jovem campeã do clima da COP30, Marcele Oliveira, cobrou urgência e inclusão efetiva da juventude nas NDCs, durante o SB62. Com apenas 23 países tendo submetido seus novos compromissos climáticos, a reunião na Alemanha reforça o papel estratégico das juventudes no redesenho das metas globais. Ouça reportagem e saiba mais.
Reportagem: Franciéli Barcellos de Moraes | COP30
Locução: Inez Mustafa | COP30
Repórter: O Brasil deu um passo simbólico ao atualizar sua Contribuição Nacionalmente Determinada, a NDC: pela primeira vez, o documento menciona explicitamente crianças e jovens. E foi justamente para amplificar essas vozes que a CEO da COP30, Ana Toni, e a jovem ativista climática Marcele Oliveira reuniram lideranças juvenis de vários países em Bonn, na Alemanha. O objetivo? Garantir que essa geração tenha participação efetiva na construção de políticas que definirão o futuro do planeta.
Entre os temas debatidos, um ponto central foi a apresentação das NDCs pelos países — o principal mecanismo para que as nações detalhem suas metas de redução de emissões e adaptação às mudanças climáticas. Como destacou Marcele:
Marcele: Precisamos de NDCs qualificadas vindas de todas as Partes, e é por isso que estamos aqui: por uma conversa intergeracional. O Brasil não pode agir sozinho. E é por isso que esta é uma luta muito maior. Até então, apenas 23 países submeteram suas novas iniciativas. Precisamos que os demais sigam esse exemplo — e que o façam com urgência.
Repórter: Pela presidência da COP30, Ana Toni apresentou os esforços brasileiros e incentivou as cobranças por parte dos jovens, como fator positivo à celeridade dos processos.
Ana Toni: Os governos também estão aprendendo nesse processo. Mas uma coisa posso garantir: se não houver pressão, não funciona. E vocês, jovens, são muito bons nisso — em nos pressionar. Isso é realmente importante.
Repórter: Miriam Castillo, do Fórum Internacional dos Povos Indígenas sobre Mudanças Climáticas, reiterou que é essencial possibilitar participação significativa de jovens no tema clima.
Miriam: É fundamental estabelecer conselhos permanentes de juventude vinculados à governança das NDCs nos níveis nacional e local, bem como promover a liderança jovem na política climática, garantindo papéis formais para os jovens nas consultas climáticas nacionais e como parte das delegações das Partes nos processos da UNFCCC. Isso é essencial para possibilitar uma participação significativa.
Repórter: Com a chegada da COP30, a expectativa é que as juventudes estejam presentes em todos os pilares da Conferência: desde os discursos de chefes de Estado até os painéis técnicos e a mobilização popular.
