Universidades em todo o mundo se engajam no mutirão global da COP30
Evento realizado em diversos países durou 24 horas. No Brasil, USP hospedou o encontro e celebrou o Dia Mundial do Meio ambiente em um debate sobre mudanças climáticas e direitos humanos
De Presidência da COP30
No Dia Mundial do Meio Ambiente, 5/6, cientistas de diversas áreas e lideranças da sociedade civil promoveram debates sobre mudanças climáticas e direitos humanos em renomadas universidades por todo o mundo, como a Universidade de Oxford, de Sydney e a Universidade do Colorado. No Brasil, o evento aconteceu na Universidade de São Paulo (USP) e teve como tema o conceito de justiça climática: a busca de soluções para a proteção das populações mais vulneráveis aos impactos climáticos e a garantia de sua participação plena e efetiva na construção de soluções.
O diálogo na USP compõe o mutirão global pelo clima, um convite da Presidência da COP30, sob a liderança do Brasil, para que as pessoas entendam as mudanças do clima e seus impactos, conversem sobre isso e busquem, juntas, ações e soluções para a crise climática. Do evento na USP, participaram o Campeão de Alto Nível do Clima da COP30, Dan Ioschpe, e a Enviada Especial da COP30 para Direitos Humanos e Transição Justa, Denise Dora.
"Temos prioridades ambiciosas, mas absolutamente necessárias, como garantir que a COP30 seja a COP da implementação. Isso significa avançar significativamente na execução do Acordo de Paris. E os atores não estatais estão comprometidos com a transição energética e a inovação para construir um futuro de baixo carbono em termos de emissão e com saldo positivo para o desenvolvimento socioeconômico sustentável"
— Dan Ioschpe, Campeão de Alto Nível do Clima da COP30
A iniciativa do debate é parte do Capítulo Brasileiro da Cúpula Global do Clima – Rumo à COP30 e parte do movimento global "Right Here, Right Now Global Climate Summit", coordenada pelo Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para Direitos Humanos, em parceria com a Universidade de Oxford e a International Universities Climate Alliance. O Presidente da COP30, Embaixador André Corrêa do Lago, e a ministra dos Direitos Humanos, Macaé Evaristo, participaram por vídeo do encontro.
“Na primeira carta da Presidência da COP30, enfatizamos os valores humanos como paz, prosperidade, diversidade e inclusão como fundamentos para a construção de um futuro comum diante da crise climática”, lembrou Corrêa do Lago.
Além de conversar sobre transição justa, os participantes se comprometeram a acompanhar a implementação do Acordo de Paris e a revisão ética dos compromissos já assumidos por 196 países há 10 anos. O debate na USP tratou ainda de como a descarbonização da economia pode promover direitos humanos e reduzir desigualdades; como avançar na adaptação e perdas e danos climáticos, com mais medidas de resiliência e acesso à justiça para comunidades impactadas pelas mudanças do clima; mitigação inclusiva na Amazônia, com foco em medidas de redução de emissões que apoiem os direitos humanos de povos indígenas e comunidades tradicionais no bioma amazônico, sede da COP30. Houve ainda uma dedicada a jovens líderes na interseção entre clima e direitos humanos.
“A COP30 abraça a ideia de uma transição justa e com direitos humanos, onde todas as pessoas devem caminhar juntas”, convidou Denise Dora.
A iniciativa das universidades durou 24 horas. Teve início no nascer do sol do dia 5 de junho em Sydney, na Austrália, e terminou com o pôr do sol no evento na USP. Participaram ainda cientistas e lideranças da sociedade civil na University of the South Pacific, Monash University, University of Nairobi, University of Cape Town, University of Colorado, entre outras instituições.
Para a Presidência da COP30, eventos do mutirão global, como o encontro global de universidades, são passos significativos para a ação climática, que deve integrar ciência, diplomacia e a perspectiva fundamental dos direitos humanos em um esforço global e colaborativo.