Em Berlim, presidente da COP30 ressalta esforços entre países do Norte e do Sul Global para manter as metas climáticas

André Corrêa do Lago participou do 16º Diálogo de Petersberg, que aconteceu na capital alemã nesta semana. O evento é uma das etapas preparatórias para a COP30

Encerrou nesta quarta-feira (26), o 16º Diálogo Climático de Petersberg, evento chave para o calendário climático internacional. Os debates são preparatórios para a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), que acontecerá no Brasil em novembro, em Belém do Pará. O evento aconteceu em Berlim, capital da Alemanha, e destacou esforços conjuntos de Norte e Sul Global pela manutenção das metas climáticas.

“Uma questão frequente nessas negociações é a divisão entre Norte e Sul. A Convenção do Clima reflete essa separação, mas tudo o que construímos até agora foi baseado em consenso — o que é incrível, considerando os avanços de Paris”, colocou o embaixador André Corrêa do Lago, presidente da COP30.

O embaixador também destacou as ambições do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a Conferência:  fortalecer a participação da sociedade civil;  ampliar a participação de governos locais (estados e municípios), responsáveis pela implementação das soluções no dia a dia, e do setor privado; traduzir as conquistas já alcançadas em ações que sejam compreendidas pelo público e pela economia; e a criação de um Conselho do Clima Internacional, com o objetivo de fortalecer o Acordo de Paris, envolvendo todas as organizações multilaterais.

“É nesse espírito que introduzimos a palavra "mutirão" (conceito de origem tupi-guarani), a partir do significado de que, quando algo afeta a comunidade, todos contribuem com suas habilidades — cada um faz o que sabe fazer bem. Esse é o espírito que queremos levar para a COP30”, finalizou o embaixador.

Demais contribuições

Annalena Baerbock, ministra das Relações Exteriores da Alemanha, ao citar a participação de delegações de 40 países no Diálogo, também frisou a importância de Norte e Sul estarem unidos pelos objetivos do Acordo Climático de Paris e sublinhou dados econômicos que demonstram que não investir em proteção climática resultará em custos muito mais elevados a longo prazo. “Hoje, a proteção climática e o crescimento econômico não são mais opostos”, frisou a ministra. 

“A COP é e continuará sendo o fórum central para o nosso desafio humanitário do século XXI. Por isso, contamos com o fato de que todos os países, ainda antes da COP30, enviem planos climáticos nacionais ambiciosos. O objetivo é alcançar a transformação verde de forma mais econômica e eficiente possível”, continuou Annalena, ao tratar das novas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs). 

Até então, apenas 19 países atualizaram seus compromissos.

Wopke Hoekstra, comissário europeu para Clima, Net Zero e Crescimento Limpo, também contribuiu ao debate, ao reforçar a defesa do multilateralismo como um dos elementos chaves para o sucesso das ações climáticas. “Estamos enfrentando problemas literalmente de todas as direções e, claramente, também no domínio do clima, e por isso é tão importante que tenhamos esse Diálogo de Petersberg”, disse ele.