Boletim COP30 #26 - Enviados setoriais da COP30 fortalecem Mutirão Global e selam pacto por ação climática integrada
Reunião no Palácio do Planalto (DF) junto à Presidência da COP30 marcou o início da atuação conjunta dos representantes voluntários em uma agenda que alia escuta ativa, diversidade de pautas e construção coletiva no caminho para a Conferência em novembro

Reportagem: Franciéli Barcellos de Moraes / COP30
Locução: Inez Mustafa / COP30
Repórter: Enviados especiais da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30) se reuniram no Palácio do Planalto, para ampliar a participação da sociedade civil e enriquecer os debates temáticos sobre mudança do clima. O embaixador André Corrêa do Lago, presidente da COP30, avaliou o encontro de forma positiva.
André Corrêa do Lago: O ambiente foi ainda muito melhor do que a gente imaginava e realmente nós estamos aí com um time de sonho para apoiar a Presidência Brasileira na preparação da COP30.
Repórter: Ana Toni, diretora-executiva da COP30, reforçou a ideia de mutirão, iniciativa que busca promover o movimento mundial, em que as pessoas compartilham as experiências locais de enfrentamento à mudança do clima.
Ana Toni: Essa reunião superou em muito as minhas expectativas. Foi muito interessante ver, além da qualidade dos enviados especiais, o espírito de mutirão que eles já estão exercendo agora nessa função. Eles são, eu diria, a concretização do Mutirão Global. Mostram que esse movimento é realmente um caminho que todos nós podemos fazer, porque se você não é parte da solução, você é parte do problema, e acho que todos os setores aqui representados mostram não só que são partes da solução, mas que podem fazer ainda mais.
Repórter: Os enviados atuam voluntariamente e em caráter especial, ou seja, são porta-vozes gerais dos temas e não representam organizações específicas. Os temas tratados são amplos, como transição justa aos trabalhadores, pagamento por serviços ecossistêmicos e o enfrentamento ao racismo ambiental em contexto urbano.
Jurema Werneck, enviada de Igualdade Racial e Periferias, ressalta que a participação da população negra deve ser concreta, e não apenas uma menção superficial em documentos oficiais.
Jurema Werneck: As demandas são antigas e continuam sendo urgentes: que se leve a sério o que significa racismo ambiental. Isso envolve o reconhecimento das “zonas de sacrifício” racial, onde já estão ocorrendo mortes — por calor extremo, por chuvas intensas, por insegurança alimentar, entre outros efeitos da crise climática.
Réporter: Sinéia do Vale, enviada de Povos Indígenas, reforça que falar de preservação ambiental é falar da ação indígena, pois os territórios indígenas são os mais preservados do Brasil e do mundo. Ela defende que o direito dos povos indígenas precisa ser garantido em todos os âmbitos da COP.
Sinéia do Vale: O principal tema dos povos indígenas para a COP30 — a COP que será na Amazônia e que vai ser a maior COP a receber povos indígenas de toda a América Latina — é a garantia do território como enfrentamento à mudança do clima.