No Dia Mundial dos Oceanos, Brasil recebe apoio de R$ 40 milhões da Bloomberg Philanthropies para proteção marinha
Para a Presidência da COP30, conservar os oceanos é crucial para proteger o clima

Durante a terceira Conferência das Nações Unidas sobre Oceanos (UNOC), realizada em Nice, França, a Bloomberg Philanthropies anunciou investimento de cerca de R$ 40 milhões para fortalecer a conservação dos ecossistemas marinhos e costeiros do Brasil.
O anúncio ocorreu no Dia Mundial dos Oceanos e reforça a conexão entre a proteção dos oceanos e a agenda climática na preparação para a COP30, que acontece no próximo mês de novembro em Belém.
O aporte financeiro vai apoiar o Brasil na ampliação das áreas marinhas e costeiras protegidas e contribui para a meta global de proteger 30% dos oceanos até 2030 (30×30).
Segundo Ana Toni, CEO da COP30, "não podemos proteger o clima sem proteger o oceano. Por isso, a conservação marinha e costeira estará no centro da COP30. Saudamos esse novo apoio, que ajudará o Brasil a fortalecer seu compromisso com a proteção desses ecossistemas vitais e avançar rumo à meta global de 30×30".
O Brasil possui mais de 10 mil quilômetros de costa, uma das maiores extensões contínuas de manguezais do mundo e os únicos recifes de coral do Atlântico Sul. Cerca de 54% da população brasileira reside na região litorânea. A região do Atlântico Sudoeste, na costa brasileira, é uma das mais afetadas pelos impactos das mudanças climáticas e pelo aquecimento dos oceanos.
Os oceanos têm papel fundamental na regulação do clima pois absorvem e armazenam calor, funcionando como um "ar-condicionado" natural do planeta; redistribuem calor globalmente por meio das correntes oceânicas; capturam e armazenam grandes quantidades de carbono, reduzindo o aquecimento global; e influenciam o ciclo da água, regulando padrões de chuva.
O investimento da Bloomberg Philanthropies será direcionado a iniciativas como a proteção e restauração de manguezais, áreas costeiras e recifes de coral no Pará, Amapá, o fortalecimento e aprimoramento da gestão de áreas protegidas e da pesca sustentável, o uso de tecnologias de satélite e inteligência artificial para identificar ameaças à costa brasileira e o fomento à gestão participativa e colaborativa da costa brasileira.
Todo o programa reforça o papel das comunidades locais e indígenas como protagonistas na proteção dos manguezais e demais ecossistemas costeiros. Os projetos serão implementados em parceria com organizações como Rare, WWF-Brasil, Global Mangrove Alliance, Oceana, Global Fishing Watch e SkyTruth.