Ministros do Meio Ambiente da CPLP se reúnem em São Tomé e Príncipe
Na 10ª Reunião de Ministros do Meio Ambiente da CPLP, realizada em São Tomé e Príncipe, líderes ambientais debateram ações urgentes para enfrentar a crise do clima. O encontro destacou a necessidade de compromissos globais ambiciosos e a transição para energias renováveis, reforçando o papel das próximas gerações na preservação do planeta.

Por Inez Mustafa | inez.mustafa@presidencia.gov.br
Durante a 10ª Reunião de Ministros do Meio Ambiente da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) nesta terça-feira, 18/2, na capital de São Tomé e Príncipe, ministros do meio ambiente debateram ações urgentes para enfrentar a crise do clima.
Sob o lema “Desafios Climáticos e o Papel das Próximas Gerações de Líderes Ambientais”, o encontro destacou a necessidade de compromissos globais ambiciosos e a transição para energias renováveis, reforçando o papel das próximas gerações na preservação do planeta.
A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima do Brasil, Marina Silva, participou de forma remota do encontro, reforçando o compromisso brasileiro com a agenda climática global e a cooperação com os países da CPLP. Marina destacou a urgência de ações coordenadas para enfrentar os impactos da mudança do clima, que afetam diretamente o Brasil e outros países da comunidade.
“Assim como outros países da CPLP, o Brasil enfrenta sérias consequências climáticas, como as secas na Amazônia e enchentes no Rio Grande do Sul. A crise climática, o maior desafio da nossa geração, exige esforços coordenados globais”, afirmou.
Silva ressaltou a importância da educação ambiental como ferramenta para formar líderes comprometidos com a preservação da vida e anunciou que o Brasil sediará o 8º Congresso Internacional de Educação Ambiental da CPLP em Manaus, em julho de 2025, com foco na juventude.
Reconhecendo a importância de financiamento inovador, a declaração final incorporou a iniciativa brasileira “Fundo Florestas Tropicais para Sempre”, que oferece recursos previsíveis e de longo prazo para a proteção florestal. A “conversão de dívida em financiamento climático” também foi ressaltada no documento e busca apoiar países em desenvolvimento no enfrentamento à mudança do clima e na transição energética.
Transformar compromissos em ação

Marina Silva também destacou o papel do Brasil na COP30, que será realizada em Belém, em novembro de 2025. “Nosso objetivo é acelerar a implementação de acordos climáticos já existentes. Em Dubai, assumimos compromissos ambiciosos como triplicar a capacidade de energia renovável, duplicar a eficiência energética e fazer a transição para o fim dos combustíveis fósseis. Em Baku, trabalhamos para elevar a ambição das metas globais. Na COP30, o desafio será transformar compromissos em prática, garantindo que os custos não recaiam sobre os mais vulneráveis”, declarou.
Silva enfatizou que o sucesso da COP30 dependerá de compromissos globais e de Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) ambiciosas por parte de todos os países. “O Brasil está comprometido em liderar pelo exemplo, mas o sucesso da COP30 depende de compromissos globais e de NDCs ambiciosas de todos os países”, concluiu.
Marina Silva e a copresidência da NDC Partnership
Além de sua participação na reunião da CPLP, a ministra Marina Silva assumiu recentemente a copresidência da NDC Partnership, ao lado do ministro do Clima, Energia e Utilidades da Dinamarca, Lars Aagaard. Em sua nova função, Marina Silva destacou a importância da parceria para mobilizar apoio e acelerar a implementação de compromissos climáticos globais. “A crise climática exige que trabalhemos juntos, agora mais do que nunca. A NDC Partnership tem um papel crucial em mobilizar apoio para que os países tomem ações climáticas decisivas”, afirmou.
Comunidade dos Países de Língua Portuguesa
A CPLP é uma organização internacional formada por Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste. Esses países compartilham a língua portuguesa como um dos pilares de sua identidade cultural e histórica. Fundada em 1996, a CPLP tem como objetivos principais a promoção da cooperação política, econômica, social e cultural entre seus membros, além de fortalecer a língua portuguesa no cenário global.