Boletim COP30 #12 - Financiamento climático: evitar a mudança do clima seria muito mais econômico do que combater seus efeitos
No Acordo de Paris, países ricos prometeram US$ 100 bi/ano para financiar a sustentabilidade em nações em desenvolvimento. COP 30 visa acelerar ações de combate à mudança do clima, mobilizando recursos públicos e privados para reduzir emissões e enfrentar a emergência do clima global. Ouça e saiba mais.
Por Thayara Martins | thayara.martins@presidencia.gov.br
Repórter: Vários países assumiram, no Acordo de Paris, o compromisso de mobilizar recursos para alcançar 100 bilhões de dólares por ano para financiar projetos de sustentabilidade nos países em desenvolvimento. De acordo com Aloísio Melo, diretor de Mitigação e Instrumentos de Implementação do Ministério do Meio Ambiente, esse financiamento climático pode ser obtido por meio de bancos multilaterais, recursos públicos ou privados. Segundo Aloísio, não tem como uma única fonte dar conta de todas as necessidades financeiras porque os valores são bem altos.
Aloísio Melo: Tem um estudo que foi uma referência importante na última COP, foi um estudo feito por Nicholas Stern, que estimaram que lá em 2030 para enfrentar em termos globais o desafio da mudança do clima, precisaria de investimentos da ordem de 6.3 a 6.7 trilhões de dólares por ano no mundo todo. Isso para dar conta de questões como fazer toda a transição energética, implementar todas as medidas de adaptação, para dar conta das perdas e danos dos eventos climáticos extremos, para fazer a restauração dos ambientes naturais, das florestas e para compensar também outros efeitos sociais.
Repórter: Segundo Aloísio Melo, a COP 30 no Brasil vai dar destaque para a necessidade de acelerar a atuação com os recursos disponíveis hoje. E assim agir com mais rapidez envolvendo governos federal, estadual, municipal, setor privado e comunidades, no sentido de realizar ações concretas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e aumentar a resiliência aos impactos da mudança do clima. Além de discutir meios para aumentar a disponibilidade dos investimentos.
Aloísio Melo: Que seja um encontro em que todo mundo olhe para o que a gente precisa fazer e pode fazer de forma prática para transformar as economias, a infraestrutura, a forma como faz a geração de energia, ou seja, todas as coisas que na prática a gente pode fazer para enfrentar essa situação.
Repórter: A Conferência das Partes que secretariam as Partes do Acordo de Paris apelou para que todos os atores trabalhem juntos para permitir a ampliação do financiamento para os países em desenvolvimento com o uso de fontes públicas e privadas para pelo menos 1,3 trilhão de dólares por ano até 2035.
De Brasília, com informações da COP 30, Thayara Martins