BOLETIM COP30

Boletim COP30 #28 - Comissão de comunidades tradicionais é instaurada para a COP30

Liderado pela ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, o grupo faz parte do Círculo dos Povos, iniciativa da presidência da Conferência para garantir espaço da sociedade civil. Ouça a reportagem e saiba mais.

As ministras da Igualdade Racial, Anielle Franco, e do Meio Ambiente, Marina Silva, receberam de representantes da sociedade civil um ‘Atlas Afrodescendentes’, junto com o presidente da COP 30, André Corrêa do Lago, e a secretária-executiva do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Fernanda Machiaveli | Foto: Fernando Donasci/MMA
As ministras da Igualdade Racial, Anielle Franco, e do Meio Ambiente, Marina Silva, receberam de representantes da sociedade civil um ‘Atlas Afrodescendentes’, junto com o presidente da COP 30, André Corrêa do Lago, e a secretária-executiva do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Fernanda Machiaveli | Foto: Fernando Donasci/MMA

Reportagem Mayara Souto / mayara.souto@presidencia.gov.br 
Locução: Bárbara Bezerra / barbara.camelo@presidencia.gov.br

Repórter: Comunidades tradicionais, agricultores familiares e quilombolas irão contar com um canal de diálogo direto com a presidência da COP30. A interlocução será feita por meio da Comissão Internacional de Comunidades Tradicionais, Afrodescendentes e Agricultores Familiares, criada pelo governo federal. Líder da comissão, a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, explicou a importância do grupo.

Aniele Franco: A comissão nada mais é do que trazer para a mesa de negociação, para o centro do trabalho, essas pessoas que mais precisam. Tenho dito aqui, desde 2023, que a gente não consegue avançar em nada sobre qualquer que seja o tema de desigualdade racial, neste país, sem que a gente escute aquelas pessoas que mais sofrem. Então, trazer os quilombolas, os povos afrodescendentes, essas pessoas que são os agentes, que preservam o nosso planeta, para a Comissão, para o Círculo dos Povos, para dentro da COP 30, é fundamental e primordial. 

Repórter: Representantes de dezesseis países irão compor o comitê, que também terá o apoio técnico do Ministério do Meio Ambiente. A Comissão Internacional de Comunidades Tradicionais, Afrodescendentes e Agricultores Familiares faz parte do Círculo dos Povos, uma iniciativa inovadora da COP30, que pretende dialogar com a ideia de mutirão global de combate a mudanças do clima. A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, ressaltou o significado da decisão da COP30 de ampliar espaços de representação da sociedade civil.

Marina Silva: A arquitetura da COP30 tenta acolher essa grande demanda reprimida por participação. A ideia de ter o Círculo dos Povos, o Círculo de Finanças, o Círculo de Presidentes de COP, a ideia de ter dentro desses ciclos um balanço ético global, que é o Ciclo Global de participação, é uma forma de fazer com que esse desejo por democracia para defender, para debater  um tema que diz respeito a todos e a todas, seja assegurado.

Repórter: A primeira reunião da comissão Internacional de Comunidades Tradicionais, Afrodescendentes e Agricultores Familiares ocorrerá na Alemanha, entre os dias 16 e 26 de junho.