Brasil tem planos robustos para hospedagens durante a COP30 Amazônia

Com a ampliação da rede hoteleira, disponibilização de transatlânticos, de plataforma oficial de reservas e adaptação de escolas, o governo federal atua para disponibilizar acomodações adequadas e oferecer opções para todos os perfis de participantes

O governo brasileiro, em coalizão com os governos de Belém e do Pará, trabalham para que as pessoas cadastradas para a COP30 Amazônia (Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima) tenham leitos adequados. Valter Correia, secretário extraordinário para a Conferência, salienta que está em fase final a contratação de uma plataforma oficial que irá gerenciar as acomodações para os onze dias de evento, em novembro.

"É uma plataforma oficial da COP, do governo federal e da ONU. Isso também vai dar credibilidade para quem disponibilizar no site seu imóvel ou quarto de hotel para locação", salientou Correia. Ela estará disponível em menos de dois meses para que os credenciados para a Conferência façam suas reservas, ajudando a promover o equilíbrio entre a oferta de leitos e a demanda por hospedagem.

Leitos para todos

Além de Belém, as pessoas credenciadas para a COP30 terão leitos disponibilizados em toda a Região Metropolitana da cidade, com diferentes tipos e preços. Informações da Secretaria de Turismo do Estado do Pará dão conta de que 90 escolas públicas da capital paraense estão passando por intervenções, em parceria com a iniciativa privada, para que sirvam de acomodação no estilo albergue. "Haverá leitos suficientes e ainda uma reserva para que a gente possa realizar esse grande evento", reitera a vice-governadora do Pará, Hana Ghassan.

Além disso, instalações militares, como alojamentos e hotéis de trânsito oficiais, também fornecerão leitos para o evento. Houve ainda a compra de tendas climatizadas que, após a COP30, ficarão em poder das Forças Armadas para utilização em emergências climáticas.

Especulação Imobiliária

Hana Ghassan entende que a especulação sobre hospedagem para a COP30 acontece porque a procura por acomodações disparou com o anúncio do evento, mas a oferta de leitos ainda não acompanhou esse crescimento. De acordo com Ghassan, em COPs anteriores, esse movimento começou a ser crescente somente a partir de junho, quando efetivamente o credenciamento para a conferência costuma ser disponibilizado.

"O que a gente vê não é uma exclusividade de Belém. Todos os locais onde tem um grande evento, isso acontece. O aumento de preços para hospedagem e outros serviços", salienta Hana.

A vice-governadora pontuou que, uma vez que todos os leitos adicionais ainda não estão disponíveis, muitos proprietários aumentam excessivamente os preços para locação, contando que as pessoas pagarão qualquer valor para conseguir um lugar para ficar. Ghassan garante que, com a disponibilização da plataforma oficial de hospedagem para a COP30 como única base para oferta de leitos, o mercado se estabilizará.

Chancela da ONU

Os planos do Brasil para oferecer leitos para COP30 foram aprovados por especialistas da ONU. Em visita técnica à cidade de Belém, a Secretaria das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC, na sigla em inglês) assegurou que os preparativos para a COP30 estão no ritmo desejado para um evento de tamanha magnitude. Durante 20 a 25 de janeiro, o grupo inspecionou locais de hospedagem que irão fornecer mais de 26 mil leitos novos.

Acompanhando de perto as construções, revitalização e requalificação em Belém, o especialista da UNFCCC, Khalid Magzoub, pontuou que as COPs são projetos desafiadores e trazê-las "para a Amazônia é um desafio ainda maior". Magzoub afirmou ser nítido como os governos brasileiro e paraense estão dedicados a esse projeto. "Estamos bastante otimistas quanto ao seu sucesso", concluiu Khalid.

Miriam Belchior, secretária-executiva da Casa Civil do Governo Federal, ressaltou o comentário de técnicos da missão — de que esta é a primeira vez na história da COP que os planos para as instalações são aprovados com dez meses de antecedência.